Origem da fotossíntese? Evidência mais antiga tem 1,75 bi de anos
Augusto Dala Costa
Origem da fotossíntese? Evidência mais antiga tem 1,75 bi de anos

A descoberta de um fóssil incrivelmente antigo, vindo da Era Paleoproterozoica (2,5 bilhões - 1,6 bilhão de anos atrás), revelou a evidência mais antiga de criaturas fazendo fotossíntese no mundo. Os microfósseis cilíndricos encontrados são de um ser chamado Navifusa majensis , preservado na Formação McDermott, na Austrália, que tem 1,75 bilhão de anos.

Na fotossíntese oxigênica , a luz do sol catalisa a conversão de água e dióxido de carbono em glicose e oxigênio. O processo só é feito por cianobactérias e organelas semelhantes dentro das criaturas eucariontes. As cianobactérias tiveram um papel importante na evolução das primeiras formas de vida da Terra, sendo bastante ativas durante a Grande Oxidação, há 2,4 bilhões de anos. O debate sobre as origens da fotossíntese oxigênica, no entanto, são grandes, já que há poucas evidências da época sobrando.

Quando começou a fotossíntese?

Cientistas da Universidade de Liège, como a paleontóloga Catherine Demoulin, estudaram a diversificação das cianobactérias — que estão entre as primeiras bactérias a habitar a Terra — e seu papel na coevolução da vida na Terra, evoluindo a biosfera e a deixando propícia para a vida complexa. Com uma equipe, a pesquisadora encontrou e estudou estruturas fotossintéticas preservadas em microfósseis do N. majensis chamadas tilacoides.

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Eles são revestidos por membranas e ficam dentro dos cloroplastos das plantas e de algumas cianobactérias modernas, armazenando clorofila, essencial para o processo de reações à luz. Os microfósseis foram encontrados em três lugares diferentes, mas o mais antigo é o da Formação McDermott, do Paleoproterozoico.

Acredita-se que N. majensis tenha sido uma cianobactéria, e o achado de um tilacoide dessa espécie sugere que a fotossíntese tenha evoluído em algum momento antes de 1,75 bilhão de anos atrás. Para o azar dos cientistas, isso não resolve o mistério da evolução da fotossíntese — seria ela anterior ou posterior à Grande Oxidação?

Análises estruturais de outras microestruturas pode ajudar a responder essa pergunta, descobrindo se a evolução dos tilacoides contribuiu para o aumento dos níveis de oxigênio nesse período. De qualquer forma, o achado jogou para trás os registros de tilacoides em pelo menos 1,2 bilhão de anos, algo impressionante à paleontologia.

O potencial de oxidação-redução da Terra começou muito antes do que pensávamos, e fica provada a importância de analisar as ultraestruturas de células fósseis para desvendar sua paleobiologia e o início da evolução da vida na Terra.

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