Quanto mais irmãos uma pessoa tem, pior sua saúde mental tende a ser. É isso o que diz um estudo publicado no periódico Journal of Family Issues no último mês de dezembro. Esse impacto foi ainda maior em famílias com vários filhos nascidos com menos de um ano de diferença.
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Para chegar a essa descoberta, os pesquisadores questionaram 9.100 alunos do oitavo ano nos EUA e a 9.400 na China, com uma idade média de 14 anos. O estudo revela que os adolescentes sem irmãos tiveram melhores resultados em termos de saúde mental. No entanto, participantes com apenas um irmão tinham saúde mental semelhante.
A teoria dos autores é que a razão por trás dessa diferença de saúde mental é a “diluição de recursos”, ou seja: quando se adicionam mais irmãos, cada um recebe menos recursos e atenção dos pais, e isso pode ter um impacto na sua saúde mental. O fato de os adolescentes se saírem pior quando seus irmãos tinham idade semelhante corrobora o pensamento.
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Mas existem outras explicações possíveis: os pesquisadores apontam que os adolescentes com melhor saúde mental provinham de famílias com maiores vantagens socioeconômicas. Nos EUA, essas famílias eram as que tinham apenas um ou dois filhos. Na China, eram as famílias com um filho.
"Um número crescente de crianças são criadas com poucos irmãos ou até mesmo nenhum, mas as consequências desta mudança nas formas familiares não são bem compreendidas. Investigamos esta questão nos EUA e na China porque estudos anteriores destacam como as características contextuais podem desempenhar um papel importante na definição da importância dos irmãos", argumenta o estudo.
"Descobrimos que o número de irmãos está negativamente associado à saúde mental tanto na China como nos EUA, embora os detalhes deste padrão variem", concluem os autores.
Um estudo anterior que analisou mais de 100 mil crianças norueguesas descobriu que a saúde mental melhora ao longo das idades, em famílias maiores.
Saúde mental e família
Em 2022, um estudo identificou uma ligação genética entre saúde mental na infância e na vida adulta . Os autores, na ocasião, revelaram que o segredo por trás disso está em fatores hereditários, de modo que seja passado de pai para filho. Assim, a ansiedade e depressão na infância podem persistir na vida adulta.
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