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Embora pareça um feito difícil ou até mesmo tecnologia do futuro, pesquisadores planejam perfurar a lateral de um vulcão na Islândia para gerar energia em enormes quantidades, além de estudar mais profundamente a geologia do planeta. O projeto, chamado Leito de Testes da Magma de Krafla (KMT), deve sair do papel nos próximos anos e melhorar nosso entendimento sobre o comportamento do magma no subterrâneo e o que faz vulcões entrarem em erupção , exatamente.
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A caldeira de Krafla fica no nordeste islandês, e a ideia é construir uma infraestrutura similar a estações telescópicas, polares ou de aceleradores de partículas, um tipo de observatório científico para explorar e entender melhor ambientes pouco conhecidos pela humanidade. Um estudo feito pela equipe de pesquisadores islandeses já descrevia o esforço pretendido em 2018, na conferência científica Geothermal Resources Council .
Como perfurar um vulcão
Não é a primeira vez que cientistas tentam perfurar as crateras de Krafla. No início do século, perfurações foram feitas próximas às câmaras de magma da caldeira islandesa, com o objetivo de explorar algumas opções de energia geotérmica — nada muito ambicioso. Não foi possível chegar muito longe, no entanto, já que, acidentalmente, a camada magmática foi atingida, e o calor extremo da lava , de 450 ºC, derreteu o poço. Ao menos, confirmou-se que perfurar uma câmara de magma não causa uma erupção.
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Agora, os pesquisadores do KMT devem tentar novamente, o que acontecerá após identificar as câmaras de magma do vulcão, estruturas geológicas difíceis de serem localizadas. Espera-se, inicialmente, ter leituras diretas da temperatura do magma, o que nunca foi feito pela ciência.
Até lá, precisam ser desenvolvidas perfuratrizes e sensores capazes de aguentar o calor, pressão e acidez das câmaras — a estimativa é que, se tudo der certo, os trabalhos de perfuração comecem em 2026. No futuro, a empreitada poderá nos dizer mais sobre a formação da crosta terrestre e permitir que pesquisadores prevejam melhor a erupção de vulcões, ao menos os parecidos com Krafla.
Em relação à exploração de energia limpa, isso faz parte de etapas mais distantes do projeto. Um segundo poço deverá ser perfurado em 2028, com o objetivo de atingir água em temperaturas extremamente quentes armazenadas em pressões também altíssimas, o que deverá ser o suficiente para fazer girar turbinas e gerar energia. Segundo os cientistas, as oportunidades são muitas — só precisamos aprender como usar o que a natureza nos oferece.
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