Zuckerberg diz que monitorar idade de jovens não é dever da Meta
Bruno De Blasi
Zuckerberg diz que monitorar idade de jovens não é dever da Meta

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, acredita que a dona do WhatsApp, Instagram e Facebook não deveria estar envolvida no controle de consentimento parental para que menores de idade utilizem plataformas digitais, como redes sociais.

A fala do executivo aconteceu durante uma audiência online sobre segurança nas redes sociais realizada no Congresso dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (31), na tentativa de transferir os alvos das discussões sobre controle parental para a Apple e o Google — respectivamente as desenvolvedoras de iOS (sistema do iPhone) e Android.

Caminho mais fácil

O fundador do Facebook afirmou que os pais, por questões de privacidade, não “deveriam ter que fazer upload de um documento para provar que são pais de uma criança em todos os apps que seus filhos usam”.

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Em vez de realizar esse processo nas redes sociais, a responsabilidade tinha que estar nos ombros da App Store (iOS) e Play Store (Android). Para Zuckerberg, esse seria um lugar “realmente muito fácil” de isso funcionar, pois as plataformas já “exigem o consentimento dos pais quando uma criança faz um pagamento com um aplicativo”.

“Portanto, deveria ser bastante trivial aprovar uma lei que exija que os pais tenham controle sempre que uma criança baixar um aplicativo e oferecer consentimento para isso”, concluiu.

Tudo novo, de novo

Esta não é a primeira vez que a Meta adota tal posicionamento. Em 2023, a chefe de segurança Antigone Davis defendeu que a responsabilidade sobre o consentimento de uso dos apps por crianças e adolescentes tinha que recair sobre as lojas de apps.

“Com esta solução, quando um adolescente quiser baixar um aplicativo, as lojas de aplicativos serão obrigadas a notificar seus pais, da mesma forma que quando os pais são notificados se o filho adolescente tentar fazer uma compra”, disse em uma publicação interna.

Celulares já restringem instalações

O grande porém é que esse processo é opcional, mas já existe: ao configurar o controle parental no Android e iOS, os responsáveis conseguem administrar os apps que são instalados no celulares remotamente. Dá até para restringir a remoção de aplicativos, por exemplo.

Além disso, as lojas de aplicativos não controlam a internet como um todo, pois dá para acessar o Facebook ou o Instagram muito bem pelo computador. Em outras palavras, seria mais uma medida para isentar a Meta de responsabilidade sobre o caso do que algo que vai, de fato, proteger os jovens de ameaças nas redes sociais.

Google e Apple ainda não se posicionaram publicamente a respeito da fala de Mark Zuckerberg.

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