Galaxy S24 Ultra usa titânio de grau inferior ao iPhone 15 Pro
Renan da Silva Dores
Galaxy S24 Ultra usa titânio de grau inferior ao iPhone 15 Pro

Depois de obter bons resultados no teste de resistência , o YouTuber Zack Nelson , do canal JerryRigEverything , realizou nesta semana o desmanche do Galaxy S24 Ultra, dando atenção especial à estrutura de titânio que a Samsung adotou no aparelho. O processo comprova que há mesmo uso de titânio no celular, mas curiosamente em uma versão menos resistente e integrada de forma mais simples em comparação ao iPhone 15 Pro .

A etapa inicial do desmanche não mostrou grandes surpresas, mas há alguns destaques: a abertura do dispositivo está mais fácil graças ao uso do vidro plano nas partes frontal e traseira, e há uso de pull tabs (as etiquetas puxáveis), que tornam a remoção da bateria bastante tranquila. Além disso, Zack mostra a câmara de vapor robusta adotada pela Samsung para melhorar a refrigeração, que estaria 90% maior em relação à usada no Galaxy S23 Ultra.

Dito isso, mesmo apresentando um tamanho notável, a peça ainda é bem menor que a vista em alguns concorrentes, como o OnePlus 12 , cuja câmara de vapor ocupa praticamente todo o espaço interno disponível — o aspecto pode justificar os números menos empolgantes em testes de processamento, que costumam ficar abaixo do esperado para o processador Snapdragon 8 Gen 3, ao menos no período de lançamento.

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A verdadeira estrela do desmanche é a construção de titânio, um dos maiores diferenciais do Galaxy S24 Ultra em relação ao restante da família Galaxy S24 . Assim como a Apple fez com o iPhone 15 Pro, a gigante sul-coreana aplicou o material mais rígido somente nas laterais, mantendo o alumínio tradicional na estrutura interna. Mais interessante é a forma como os metais são unidos: através da injeção de uma estrutura de plástico.

Se não garante a mesma resistência que a difusão de estado sólido personalizada do iPhone, em que há a junção do alumínio e do titânio a nível atômico, a estratégia da Samsung é menos cara e acaba auxiliando o trabalho das antenas, o que poderia garantir melhor recpeção de sinal — ao menos em teoria.

Para comprovar a presença de titânio e descobrir qual tipo do metal é usado no Galaxy S24 Ultra, Zack realiza outros dois processos, começando por um exame de raios-X. A etapa revela se tratar de titânio Grau 2, e é aqui que começam as diferenças mais profundas em comparação com o iPhone 15 Pro.

De forma muito resumida, o titânio Grau 2 é um dos tipos mais resistentes de titânio puro, sendo ainda um dos mais usados na indústria, o que também o torna uma das opções mais baratas. O material é mais forte que o alumínio adotado na geração anterior, mas segue sendo maleável, enquanto tem como maior destaque a altíssima resistência à corrosão, até quando exposto à água do mar (o que não é um convite para usar o S24 Ultra no mar, já que há outros componentes sensíveis no telefone).

Por sua vez, a Apple aposta no titânio Grau 5, que é na realidade uma liga (uma combinação de metais para obter certas características) — no caso do Grau 5, o titânio é combinado ao alumínio e ao vanádio, obtendo rigidez superior ao Grau 2. Unindo isso à ligação por difusão de estado sólido, a estrutura do iPhone 15 Pro é de fato mais resistente e rígida que a do Galaxy S24 Ultra, algo que traz pontos positivos e negativos.

As laterais do celular da Maçã devem resistir mais a impactos mas, sendo menos flexíveis, acabam transferindo com mais facilidade a força da batida ou mesmo pressão exercida sobre o aparelho às peças mais frágeis, como o vidro. Um reforço dessa teoria está nos próprios testes de Zack , em que o iPhone 15 Pro Max teve o painel traseiro estourado ao ser flexionado, algo que não foi visto com o S24 Ultra.

A análise de JerryRigEverything é encerrada com o derretimento do alumínio e do plástico para obtenção do titânio puro usado no celular da Samsung. O procedimento é interessante por aproveitar os pontos de fusão (a temperatura em que um material começa a derreter) diferentes de cada componente. O plástico derrete a 150 ℃, enquanto o alumínio é fundido a 650 ℃ — o ponto de fusão de titânio está próximo dos 1.670 ℃.

Com os materiais separados, Zack consegue estimar os custos que a Samsung teve para usar o metal mais forte no telefone, que podem ter sido de US$ 3 a US$ 5 (de R$ 15 a R$ 25) por aparelho. Sabe-se que o titânio Grau 5 é cerca de quatro vezes mais caro que o Grau 2, portanto é provável que a Apple tenha desembolsado de US$ 12 a US$ 20 (de R$ 60 a R$ 100) em cada iPhone. É interessante destacar que esses valores consideram apenas a compra do material, com os processos de manuseio do titânio podendo ser muito mais caros.

Lançado em 17 de janeiro, o Galaxy S24 Ultra é o novo topo de linha premium da Samsung, trazendo como destaques o processamento com Snapdragon 8 Gen 3 for Galaxy , as câmeras aprimoradas com uma nova lente telefoto periscópio de 50 MP e a suíte de recursos inteligentes Galaxy AI , além da construção em titânio. A novidade está à venda no mundo todo, com preços no Brasil que partem dos R$ 10.999.

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