Novo anfíbio gigante da pré-história é achado no Rio Grande do Sul
Augusto Dala Costa
Novo anfíbio gigante da pré-história é achado no Rio Grande do Sul

Uma nova espécie de anfíbio pré-histórico foi encontrada na Formação Sanga do Cabral, no Rio Grande do Sul, sendo descrita por uma equipe de paleontólogos das universidades Federal do Pampa, Federal do Vale do São Francisco, Princeton e Harvard. O animal era um temnospôndilo ( Temnospondyli ) do início do Período Triássico , cerca de 249 milhões de anos atrás.

O grupo ao qual a criatura pertence é o Benthosuchidae , com poucos membros, composto por enormes anfíbios parecidos com crocodilos e com uma vida majoritariamente aquática. Vivendo em lagos e rios, eles chegavam a até 2,5 metros de comprimento, e não deixaram nenhum descendente vivo no mundo moderno.

A espécie foi nomeada Kwatisuchus rosai , e o seu clado — Benthosuchidae — só havia sido visto no leste da plataforma europeia antes — na Rússia, mais especificamente —, mostrando que essas criaturas evoluíram e se espalharam por todo o mundo em sua época.

Kwatisuchus, o sobrevivente

O fóssil do K. rosai , que consiste de um crânio, foi encontrado em agosto de 2022 na Formação Sanga do Cabral, sítio gaúcho na área rural da cidade de Rosário do Sul formado por rochas sedimentares muito boas para a preservação animal. Segundo as análises de Felipe L. Pinheiro, autor principal do estudo sobre o animal, publicado na revista científica The Anatomical Record , “o K. rosai era um sobrevivente”.

“Ele viveu em um ambiente devastado pela maior extinção em massa da história do planeta. [...] Já que eram animais adaptados a condições de grande estresse ambiental, os anfíbios temnospôndilos se tornaram abundantes por todo o mundo.”

A espécie e seu clado sobreviveram à extinção do Permiano-Triássico, há 250 milhões de anos , e seu estudo ajuda os cientistas a entender como tais extinções afetaram o planeta e como podemos notar esses efeitos a partir dos dias de hoje. Esse gênero de animais pertencia ao grupo de tetrápodes primitivos mais diverso, encontrado em todos os continentes.

Os temnospôndilos têm um registro amplo, se espalhando por diversos períodos geológicos, com vários pulsos de irradiação de suas espécies ao longo de seus milhões de anos de existência, segundo os cientistas. Eles falharam, no entanto, em deixar descendentes o suficiente para atingir o mundo moderno.

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