![Como uma bola de baseball poderia se tornar uma bomba atômica Como uma bola de baseball poderia se tornar uma bomba atômica](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/3q/gu/ou/3qguouozjlkymy9uto067rvyc.jpg)
Se uma bola de baseball fosse arremessada a velocidades relativísticas , ou seja, próximas à da luz, não sobraria muita coisa do estádio para contar história. Na verdade, não sobraria nada em um raio de algumas centenas de metros. Eis a física por trás da catástrofe hipotética.
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Para começar, imagine uma partida de baseball com permissão para violar algumas regras da física. Uma delas seria a capacidade de um indivíduo arremessar uma bola a 99% da velocidade da luz (apenas alguns dos maiores aceleradores de partículas do mundo atingem esse marco).
As leis da aerodinâmica funcionam bem para prever o que acontece quando a bola viaja em velocidades comuns, mas nada disso se aplica em velocidades relativísticas. O que entra em campo (trocadilho não intencional!) são as regras da mecânica quântica da relatividade geral.
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Em primeiro lugar, a velocidade da bola é tão alta que todo o resto ao seu redor está em um estado estacionário, incluindo todas as partículas de ar. Com isso, a bola simplesmente colide com todas as partículas, como um automóvel em alta velocidade colidiria com um muro.
Com velocidade de cerca de 950 milhões de quilômetros por hora, a bola se chocaria com cada átomo dos elementos que compõem o ar (oxigênio, nitrogênio, e outros ), com força o suficiente para uma fusão nuclear .
Os átomos da parte frontal da bola fundiriam seus núcleos atômicos com os átomos dos elementos do ar. Para cada fusão atômica individual, uma partícula de raio gama é emitida, e a quantidade de fusões é grande o suficiente para iniciar uma reação em cadeia.
A partir desse ponto o desastre já é garantido, mas não acaba por aqui. O calor ao redor da bola, resultante da energia liberada pelas fusões nucleares, arrancaria os elétrons dos núcleos nas partículas de ar ao redor da bolha (onde a fusão atômica não chegou a acontecer). Em outras palavras, uma bolha de plasma seria formada ao redor de todo o estádio.
Embora a fusão constante na parte frontal da bola exerça uma força contrária, capaz de acelerar objetos mais lentos, nada disso seria páreo para diminuir a velocidade da bola. Tudo isso ocorre muito rápido, de modo que três rodadas de fusão nuclear acontecem em poucos nanossegundos.
Por fim, a energia dessas reações nucleares formaria uma imensa bolha de calor, expandindo-se rápido o suficiente para criar uma onda de choque de longo alcance, derrubando árvores distantes. A famosa nuvem cogumelo de explosões nucleares surgiria antes de uma bola de fogo varrer a cidade.
Os cálculos e suposições científicas sobre esse cenário improvável foram feitos por Randall Munroe, um cartunista conhecido por criar vídeos e livros em quadrinhos para explicar conceitos da física por meio de situações inusitadas.
Confira a explicação no vídeo abaixo:
Leia a matéria no Canaltech .
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