A empresa britânica Sygenta enfrenta ações judiciais por causa de um pesticida chamado Paraquat, por suposta relação com casos de Parkinson. No capítulo mais recente dessa história, a fabricante admitiu que durante os estudos para definir se havia relação com a condição, não checou se algum ex-trabalhador tinha a doença, apenas analisou causas de morte de seus ex-funcionários.
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Como desdobramento do caso, a Charity Parkinson's UK (uma instituição de caridade de pesquisa e apoio à doença de Parkinson no Reino Unido) ressalta a necessidade de pesquisas mais robustas e independentes sobre qualquer ligação entre pesticidas — o que inclui o paraquat — e a doença de Parkinson.
Ação judicial contra fabricante de pesticida
A ação judicial teve início com o agricultor Larry Wyles, de 80 anos, que utilizou o pesticida em suas terras por mais de 20 anos. Ele foi diagnosticado com Parkinson em 2002, e defende que a empresa em questão deveria ser proibida de fabricar o pesticida.
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A ação contou com o apoio de Julie Plumley, cujo pai era fazendeiro, também usava Paraquat e desenvolveu Parkinson ao longo dos anos.
Estudo sobre pesticida e Parkinson
Para escapar das acusações, a Syngenta conduziu um estudo com os trabalhadores envolvidos na fabricação de Paraquat. O acompanhamento se concentrou em dados de 2011 e 2021, e levou em consideração as causas de morte registradas nas certidões de óbito dos ex-funcionários.
Com base nessas informações, a empresa defendeu que não houve relação entre a substância produzida e o desenvolvimento de Parkinson, concluindo que não apresentou “nenhum risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson na força de trabalho que fabricou o Paraquat”.
Ao The Guardian , um porta-voz da empresa enviou uma nota que diz o seguinte: “Nós nos preocupamos profundamente com a saúde e o bem-estar dos agricultores e estamos empenhados em fornecer produtos seguros e eficazes. Como empresa responsável, gastamos milhões de dólares testando nossos produtos para torná-los seguros para o uso pretendido."
A Syngenta se defende ao dizer que nenhum estudo “estabeleceu uma ligação causal entre o Paraquat e a doença de Parkinson”, mas uma pesquisa mencionada no livro Ending Parkinson's Disease (2020) sugere que o Paraquat aumenta o risco de Parkinson em 150%.
Um relatório publicado no Jornal da USP ressalta que o aumento do surgimento de Parkinson não está associado à exposição a altas doses, mas à exposição crônica em baixas doses.
Paraquat é proibido no Brasil
O material da USP relembra que o uso do pesticida Paraquat já é proibido em mais de 30 países, incluindo o Brasil: a substância foi proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2017.
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