Cresomicina | Novo antibiótico pode combater superbactérias
Nathan Vieira
Cresomicina | Novo antibiótico pode combater superbactérias

Um grupo de Harvard desenvolveu um novo antibiótico chamado cresomicina, sob a proposta de combater superbactérias (ou seja: as bactérias que são resistentes aos medicamentos). O grande diferencial desse remédio é que, em vez de se concentrar na camada externa da bactéria, vai direto para os ribossomos.

Essa ligação aos ribossomos é crucial para impedir que as superbactérias desenvolvam a resistência. É que, normalmente, esses micróbios se tornam resistentes por causa de alguma mutação que altera a sua estrutura, impedindo a fixação do antibiótico.

O estudo se concentrou em bactérias conhecidas por suas resistências, como Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa .

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Cresomicina e resistência antimicrobiana

Nos experimentos, os pesquisadores testaram a cresomicina contra muitos tipos diferentes de bactérias e descobriram que o antibiótico foi eficaz contra todas, justamente por interagir com os pontos fracos.

As propriedades do antibiótico fazem com que mesmo as bactérias que tentam usar enzimas especiais (uma tática de resistência comum) não consigam impedi-lo de agir.

A ideia dos pesquisadores é que a cresomicina possa ajudar no desenvolvimento de soluções personalizadas e marque a próxima geração de antibióticos.

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A preocupação das superbactérias

As resistência antimicrobiana é apenas um dos reflexos do uso excessivo e inadequado de antibióticos, e a situação é preocupante porque torna as infecções bacterianas mais difíceis (e, em alguns casos, até mesmo impossíveis) de tratar. Assim, os casos se tornam graves e podem até levar à morte.

A Pesquisa Global sobre Resistência Antimicrobiana (Gram), de 2022, revelou que as superbactérias representam uma das maiores causas de morte no mundo . Um levantamento de 2019 indicou mais de 1,2 milhão de mortes por conta dessas infecções.

A OMS diz que falta inovação nos antibióticos , o que só torna a resistência antimicrobiana ainda mais perigosa. Em relatório divulgado pela organização, foi possível ver que, de 2017 até 2021, apenas 12 medicamentos desse tipo foram aprovados.

Há esperança contra as superbactérias?

Ainda existe esperança na luta contra as bactérias resistentes aos antibióticos. Para isso, segundo pesquisadores da Universidade de Tecnologia Sydney (Austrália), é necessário acompanhar a evolução dos agentes infecciosos e compartilhar esses resultados por meio de artigos científicos.

Em paralelo, instituições como Harvard se concentram dia após dia na criação de um antibiótico que possa combater superbactérias, então quanto mais força e investimento a ciência tiver, maiores as chances de vencer essa batalha.

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