No Brasil, 1,2 milhões de pessoas moram em casas sem acesso a um banheiro, nem mesmo externo ou precário. É o que apontam os dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Em relação à saúde, o acesso ao banheiro e à rede de esgoto é o básico para evitar inúmeras doenças. Quando as fezes e a urina não são devidamente descartados, há risco de transmissão de parasitas, bactérias e vírus, além da proliferação de insetos e roedores. Entre as principais ameaças, estão:
- Esquistossomose , também conhecida como doença do caramujo ou barriga d'água;
- Giardíase;
- Amebíase;
- Outras doenças causadas por parasitas;
- Cólera;
- Febre tifóide;
- Doenças diarreicas causadas por outras bactérias, como a Escherichia coli;
- Hepatite A ;
- Leptospirose .
Banheiro na casa dos brasileiros
No Censo 2022, o banheiro é definido como um “cômodo com vaso sanitário e instalações para banho”. Segundo os dados mais recentes, há, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo em 71 milhões de domicílios. Isso significa que 197,5 milhões de brasileiros têm acesso a um banheiro, o que equivale a 97,8% da população.
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No entanto, esta não é uma realidade para todos ainda no país. Em 367 mil lares, não existem sequer “buracos para dejeções”. A situação afeta 1,2 milhão de brasileiros, ou seja, 0,6% da população.
No Brasil, Piauí (5,0%), Acre (3,8%) e Maranhão (3,8%) são os três estados com as taxas mais elevadas para a falta de banheiros de uso exclusivo nas residências.
Número de banheiros está aumentado no Brasil
Embora a realidade brasileira choque, a análise histórica mostra que a situação está melhorando. “A presença de banheiros nos domicílios brasileiros vem aumentando”, afirma Bruno Perez, analista da pesquisa, em nota.
No Censo 2010, foi registrado que 92,3% da população morava em domicílios com banheiro de uso exclusivo. Na nova pesquisa, o índice cresceu 5,5 pontos percentuais.
Falta rede de esgoto
Conectado com a falta de banheiros, outro problema que afeta a saúde é a ausência de rede de esgoto em muitos lares no Brasil. Cerca de 49 milhões de pessoas (24,3% da população) ainda usavam recursos precários de esgotamento sanitário.
Considerando as três formas de esgoto — rede geral ou pluvial, fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede e fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede —, 75,7% da população vive em casas com algum tipo de esgotamento.
“Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, pontua Perez.
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