Há mais recifes de coral no mundo do que se pensava
Augusto Dala Costa
Há mais recifes de coral no mundo do que se pensava

Pesquisadores da Universidade de Queensland descobriram que há muito mais recifes de corais no mundo do que se pensava — 348 mil km² da superfície da Terra são cobertos por eles. Anteriormente, as estimativas ficavam entre 154 mil km² e 301 km². O novo cálculo abrange mais ou menos a área do estado brasileiro de Goiás, para comparação.

Os recifes de coral abrigam cerca de ¼ de toda a vida dos mares , sustentando aproximadamente um bilhão de pessoas. Com muitos deles perecendo com doenças e branqueamento em massa por conta do aumento da temperatura e da acidificação dos oceanos, cientistas buscam estudar sua distribuição e composição para ajudar em esforços de conservação.

Recifes de coral pelo mundo

Publicada no periódico científico Cell Reports Sustainability , a pesquisa incluiu a análise de mais de 100 trilhões de pixels de imagens de satélite, incluindo o Sentinel-2 e a constelação Dove CubeSat, da Planet. Também foram estudados dados de 480 fontes diferentes, usados para treinar inteligências artificiais na classificação e identificação de recifes de diversas profundidades.

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Foram identificados 348.361 km² de recifes de coral no total, ficando em uma profundidade de até 15 metros. Eles estavam em locais desde superfícies duras, como rochas, até as macias, como lama, areia, entulho e ervas marinhas. Até ¼ do total foi identificado como habitat de coral, ou seja, onde há corais duros de alta densidade.

Campos de ervas marinhas cobrem 67.236 km², ambiente bastante importante para ecossistemas marinhos. O plano dos cientistas é melhorar a capacidade do software para diferenciar ainda mais espécies, o que é necessário para a avaliação da resiliência de um recife contra as mudanças climáticas .

Outros pesquisadores já haviam tentado mapear os recifes de coral pelo mundo anteriormente, mas, antes dos satélites de alta resolução, o trabalho era difícil — desses esforços, temos apenas mapas locais ou regionais.

O mapa mais recente foi disponibilizado gratuitamente através das plataformas Google Earth Engine e Allen Coral Atlas. Os dados já estão sendo usados para conservação e identificação de áreas sensíveis por diversos países, de Austrália e Belize a Indonésia, Micronésia e Vanuatu. Em Fiji, o governo está usando os mapas para identificar regiões de corais necessitando reabilitação após a ocorrência de ciclones.

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