Parece que uma nova forma de estudar a antimatéria foi descoberta. Em novo estudo da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) liderada pelo Dr. Ruggero Caravita, pesquisadores descobriram que é possível congelar átomos de positrônio com lasers. Trata-se de um átomo que, enquanto é extremamente raro, é também um “ingrediente” excelente para experimentos com a antimatéria.
“Os físicos estão apaixonados pelo positrônio”, descreveu Caravita. Segundo ele, este é o átomo perfeito para experimentos com a antimatéria, que tem carga elétrica oposta à da matéria bariônica (a comum). Por exemplo: o elétron tem carga negativa, e seu parceiro na antimatéria é o pósitron, partícula com massa semelhante à do elétron e carga positiva.
A antimatéria foi criada em quantidades iguais à da matéria bariônica, mas sua ocorrência atual é bem escassa. Assim, descobrir por que existe mais matéria bariônica atualmente e tão pouca antimatéria pode levar os cientistas a desenvolver uma teoria mais completa da evolução do universo .
-
Siga no Instagram
: acompanhe nossos bastidores, converse com nossa equipe, tire suas dúvidas e saiba em primeira mão as novidades que estão por vir no Canaltech.
-
Cooling with laser light ✴️
— CERN (@CERN) February 22, 2024
By applying the technique of laser cooling to a sample of positronium, the AEgIS experiment at CERN has managed to reduce the temperature of a positronium sample from 380 to 170 degrees kelvin for the first time ever.
This is an experimental feat… https://t.co/2igyYqdsAk pic.twitter.com/Q88o1eHj97
É aqui que o positrônio entra: este átomo exótico é feito de matéria e antimatéria. “Esperamos que, se houver alguma diferença entre as duas, que possamos vê-la mais facilmente do que em sistemas mais complexos”, disse Lisa Gloggler, membro da equipe do estudo.
O problema é que estudar o positrônio não é nada fácil porque este é o átomo mais leve conhecido, e seus componentes se movem rapidamente — por outro lado, eles desaceleram quando são resfriados. Até então, o positrôniohavia sido resfriado somente a 100 ºC no vácuo, mas a equipe do novo estudo foi além e o deixou a mais de -100 ºC com o resfriamento a laser.
Para o positrônio poder ser usado em pesquisas, é preciso deixá-lo a temperaturas de aproximadamente -260 ºC. Mesmo assim, o professor Michael Charlton, da Universidade Swansea, considera que os resultados obtidos são um passo inicial bastante encorajador. "Isso está abrindo a porta para que você possa ver a luz do outro lado, te chamando para uma nova era da física do positrônio”, comentou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Physical Review Letters.
Leia a matéria no Canaltech .
Trending no Canaltech:
- Vídeo mostra construção de cidade faraônica com 170 km no deserto
- Xiaomi lista os primeiros celulares que vão receber o HyperOS
- Wolverine revela armadura de adamantium que o torna indestrutível
- Dell lança novo XPS 16 no Brasil com preço avassalador
- 7 formas de confirmar a Teoria da Relatividade no dia a dia
- Apple desiste de fabricar carro elétrico próprio