App com IA vai detectar risco de depressão após análise de selfie
Fidel Forato
App com IA vai detectar risco de depressão após análise de selfie

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Faculdade de Dartmouth trabalham no desenvolvimento de um novo aplicativo para celular, o MoodCapture, que promete identificar sinais da depressão, a partir de selfies espontâneas analisadas por inteligência artificial (IA) .

Quando estiver disponível para todos os usuários, a ideia é que o app com IA consiga detectar os indicadores de um possível quadro de depressão antes mesmo que a pessoa perceba que está mal. Isso ajudará no tratamento e pode impedir complicações associadas com o quadro.

Entre as medidas que a ferramenta poderá sugerir para a pessoa com indicadores de depressão, estão:

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  • Praticar exercícios físicos ao ar livre — o que ajuda e já foi comprovado cientificamente ;
  • Encontrar com familiares e amigos para jantar ou realizar outras atividades em grupo;
  • Buscar ajuda de um profissional da saúde, como psiquiatra e psicólogo.

Por enquanto, não está previsto que o protótipo irá avisar, de forma direta, que a pessoa está com depressão. No entendimento dos desenvolvedores, isso pode piorar ainda mais o quadro, impedindo que ela busque ajuda.

Detectar caso de depressão

Para criar o app que detecta depressão , os cientistas recrutaram 177 pessoas com depressão já diagnosticada, sendo 153 mulheres. Por 90 dias, milhares de fotos com a câmera frontal do celular foram tiradas desses voluntários enquanto eles respondiam perguntas sobre sentir-se deprimido ou sem esperança — os usuários não sabiam que eram "observados" pelo programa, o que evitou tentativas de disfarce. Mais de 125 mil fotos foram registradas.

Em seguida, foi a hora de testar os achados e o modelo preditivo. Para isso, os pesquisadores usaram a IA para analisar imagens de outro subgrupo. No total, a ferramenta demonstrou ter precisão de 75% na captação de sinais depressivos na face dos usuários, como direção do olhar, posicionamento da cabeça e rigidez muscular. Algumas informações também eram retiradas do ambiente em que estavam, incluindo o nível de luminosidade.

Os resultados do app foram publicados em um preprint — artigo sem revisão por pares — na plataforma arXiv . Em breve, os autores apresentarão os achados em um congresso internacional e vão publicar a pesquisa completa em uma revista.

Quando o app fica pronto?

A partir dos primeiros resultados, a expectativa dos desenvolvedores é que o aplicativo possa ser baixado por usuários até 2029, daqui a cinco anos. Para isso, o objetivo é elevar a taxa de precisão para 90%.

Na versão final do app, eles também querem que as fotos captadas de forma espontânea sejam tiradas na hora de desbloquear o celular por reconhecimento facial . Como este é um ato bastante repetitivo, vai ser difícil tentar disfarçar o que o usuário está realmente sentindo da IA.

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