Microplásticos são encontrados em artérias obstruídas por gordura
Fidel Forato
Microplásticos são encontrados em artérias obstruídas por gordura

Os nano e os microplásticos são cada vez mais absorvidos pelo corpo humano, dos pulmões até a placenta materna , com efeitos desconhecidos à saúde. Agora, cientistas e cirurgiões italianos descobriram que essas partículas de plástico são encontradas em depósitos de gordura que obstruem as artérias e aumentam o risco de doenças cardíacas.

No levantamento, os cientistas da Universidade da Campânia Luigi Vanvitelli identificaram microplásticos nas placas gordurosas de quase 60% dos 257 pacientes analisados. O estudo completo foi publicado na revista New England Journal of Medicine (Nejm) .

Microplásticos obstruem artérias

Até então, nem se desconfiava que as placas de gordura que obstruem as artérias são também compostas por microplásticos. Identificar esse novo material só foi possível após a coleta de amostras após um procedimento cirúrgico conhecido como endarterectomia de carótida.

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Neste tipo de cirurgia, as placas de gordura (com microplásticos ou não) são removidas das artérias, revertendo o estreitamento. A obstrução limita a passagem do sangue da artéria carótida para o cérebro, o que pode provocar graves problemas. Sem a cirurgia, há risco do paciente sofrer um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC Isquêmico) .

Risco aumentado de morte em humanos

Além do plástico ajudar na obstrução das artérias, os cientistas descobriram que, durante o acompanhamento de 34 meses do estudo, os pacientes com microplásticos tinham risco aumentado para AVC, ataque cardíaco não fatal e morte por qualquer causa, em relação aos pacientes livre de plásticos nas obstruções. O porquê da relação ainda não foi descoberto.

Microplástico nas artérias

Na pesquisa, foram identificados dois principais tipos de plástico nas artérias “entupidas”:

  • Polietileno (PE): o material estava em 58,4% dos voluntários do estudo;
  • Policloreto de vinila (PVC): o material foi encontrado em 12,1% dos pacientes analisados.

Vale explicar que o polietileno é um dos plásticos mais comumente produzidos pela indústria. Está na composição de sacolas plásticas e garrafas, por exemplo. Já o PVC é recorrente no uso de canos de água, garrafas e embalagens mais rígidas.

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