Martha Lillard, a última pessoa a viver com um pulmão de ferro
Fidel Forato
Martha Lillard, a última pessoa a viver com um pulmão de ferro

A última pessoa a viver com um pulmão de aço, também conhecido como pulmão de ferro, é a norte-americana Martha Lillard, de 75 anos. Ela usa o equipamento para respirar há quase 70 anos, desde de que teve poliomielite na infância.

Até a semana passada, Lillard compartilhava a experiência de viver com um pulmão de aço com outro conterrâneo, Paul Alexander. No entanto, ele morreu na segunda-feira (11), aos 78 anos, em decorrência da covid-19.

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A vida de Martha Lillard

Martha Lillard teve uma infância tranquila no estado de Oklahoma, nos EUA, até que um surto de poliomielite, doença também conhecida como pólio ou paralisia infantil , atingiu a sua cidade.

Em junho de 1953, poucos dias após completar 5 anos, ela acordou com uma estranha dor de garganta. Os sintomas foram progredindo e, no hospital, descobriu ter sido infectada pelo vírus da pólio, o poliovírus. Este pode causar insuficiência respiratória severa, como ocorreu com Lillard.

Para sobreviver, ela precisava respirar, mas os músculos intercostais e o diafragma não funcionavam mais de forma adequada. Então, os médicos recorreram à única solução possível na época: um pulmão de aço (ou um pulmão de ferro).

É uma máquina com mais de 2 m de comprimento, na qual os pacientes permanecem deitados. Apenas a cabeça e o pescoço ficam de fora. O resto do corpo é mantido hermeticamente selado. Com o vácuo criado, “bombas” externas controlam a pressão interna, funcionando como um diafragma artificial. Quando a pressão está positiva, os pulmões se enchem de ar. Quando está negativa, eles esvaziam.

Vacina da poliomielite

Hoje, o uso de pulmões de aço não é mais uma prática comum para a medicina. Na verdade, nem mesmo a pólio é uma doença vista de forma recorrente nos consultórios médicos na maioria dos países.

Desde que as vacinas contra a poliomielite se popularizaram no mundo, por volta do ano 1955, os casos começaram a cair. Por exemplo, no Brasil, a doença foi oficialmente erradicada em 1989.

“Se minha mãe tivesse tido a oportunidade de me dar a vacina, ela teria feito isso”, afirma Lillard para o canal NBC News . Neste caso, ela nunca teria desenvolvido os problemas respiratórios e nem precisaria do pulmão de ferro.

Como é ter um pulmão de aço?

No entanto, Martha Lillard vive de forma bem adaptada ao seu pulmão de aço. Para o seu quadro de saúde, ela classifica como “maravilhosa” a experiência de respirar com a ajuda do equipamento. “Quando fui colocada nisso pela primeira vez, foi um grande alívio. Faz toda a diferença quando você não está respirando”, lembra.

Hoje, ela não precisa mais passar o dia todo no equipamento, já que pode realizar inúmeras atividades sem o apoio do pulmão de ferro. Além de cantar e tocar piano, Lillard é apaixonada por cachorros da raça Beagle. Inclusive, manteve por algum tempo um canal no YouTube com covers de músicas:

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