Um novo mapa da Via Láctea mostra o coração da nossa galáxia de forma nunca vista antes. Com o apoio da NASA , pesquisadores liderados pela Universidade Villanova, nos Estados Unidos, usaram dados do observatório SOFIA, da agência espacial, para produzir uma imagem da região com 500 anos-luz de extensão.
Levou quase quatro anos para o projeto ficar pronto, e o resultado mostra as interações entre os campos magnéticos da Via Láctea e as partículas de poeira existentes por lá. Além de ajudar na compreensão da nossa galáxia, os resultados também podem ajudar os cientistas a compreender o processo em outras.
David Chuss, líder da equipe, contou que o centro da Via Láctea e grande parte do espaço entre as estrelas está preenchido por poeira, um ingrediente importante para o ciclo de vida da nossa galáxia. "O que observamos foi a luz emitida por esses grãos de poeira fria, produzidos por elementos pesados forjados em estrelas e dispersos quando essas estrelas morrem e explodem”, acrescentou.
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O centro galáctico abriga a chamada zona molecular central, uma região com poeira medindo 60 milhões de massas solares a -258,2 ºC, junto de gases quentes e ionizados. "As observações de ondas de rádio dessa região têm esses belos elementos verticais que traçam campos magnéticos no componente de plasma quente e ionizado do centro da Via Láctea", disse Chuss. "Tentamos descobrir que relação isso tem com o componente de poeira fria”, finalizou.
Eles tentaram determinar as estruturas dos campos magnéticos por meio das medidas da polarização da radiação da poeira alinhada aos campos. O resultado é o mapa que você viu no início desta matéria, cujas cores indicam as variações de temperatura no centro galáctico: as nuvens de poeira quente aparecem em rosa, e as frias, em azul. Já os filamentos de emissões de rádio aparecem em amarelo.
Para o projeto, os pesquisadores trabalharam com dados obtidos pelo observatório SOFIA (sigla de Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy). O telescópio observava o espaço a bordo de um Boeing 747, e foi aposentado em 2022 devido principalmente ao seu alto custo.
Os resultados foram publicados no repostório arXiv, sem revisão de pares.
Leia a matéria no Canaltech .
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