Apple prepara mais um modelo de IA para rodar no iPhone
André Lourenti Magalhães
Apple prepara mais um modelo de IA para rodar no iPhone

Pesquisadores da Apple desenvolveram um modelo de IA chamado ReALM, capaz de rodar localmente nos dispositivos e absorver o contexto das conversas para responder às perguntas. De acordo com testes internos, a tecnologia seria comparável ao LLM GPT-4 da OpenAI para realizar algumas tarefas rápidas. A novidade se soma ao MM1, outro modelo de IA desenvolvido pela Maçã e revelado em março deste ano.

Os resultados foram publicados num artigo científico assinado por sete pesquisadores vinculados à Apple. O nome ReALM é uma sigla para Reference Resolution As Language Modeling (“Resolução de Referência como Modelagem de Linguagem”, em tradução livre) e foca no poder da IA para analisar diferentes, como dados contidos na telas e que não são facilmente reduzidos a textos.

O mecanismo de IA é dividido entre três entidades principais:

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  • Na tela: informações exibidas na tela do aparelho;
  • Conversacional: tarefas com base no que o usuário pediu para a IA durante uma conversa. Os dados podem surgir pela iniciativa de quem pede uma informação ou de uma resposta do assistente de IA.
  • Plano de fundo: informações relacionadas a atividades que ocorrem em segundo plano no aparelho e não fazem parte da tela principal ou da conversa, como um pedido para interromper um alarme ou uma música reproduzida num aplicativo.

Dessa forma, o modelo seria capaz de interpretar pedidos em linguagem natural — como exemplo, o artigo usa uma lista de endereços e diz que o usuário pode pedir para “ligar para a penúltima opção” ou “ligar para aquele em determinada rua”. Apesar de não ter sido mencionada no estudo, a assistente Siri parece ser a grande beneficiada da novidade, já que o motor de IA poderia ser adicionado ao sistema.

Comparação com GPT-4

Os testes conduzidos com o GPT-3.5 (usado na versão gratuita do ChatGPT ) e o GPT-4 (modelo mais recente da OpenAI, disponível no ChatGPT Plus) revelam que até as versões mais leves do ReaLM superam a versão 3.5 e consegue bater de frente com o GPT-4, superando a tecnologia em contextos específicos, como ações específicas para o domínio.

Dessa forma, os pesquisadores concluem que o ReaLM seria uma opção para um sistema “que pode existir no dispositivo sem comprometer a performance”. É mais um sinal de que a tecnologia poderia ser usada com a Siri no iOS.

Os modelos de IA para celulares enfrentam um desafio comum com relação à performance: alguns conseguem rodar algumas tarefas localmente no aparelho, mas atividades mais complexas ainda exigem uma conexão a um servidor pela nuvem.

Concentrar tudo no dispositivo é melhor para garantir a privacidade das conversas, mas esbarra em problemas de performance — a premissa é de que o modelo da Apple resolva isso.

Apple e IA

Depois de um 2023 quieto, a Apple deve entrar na corrida das IAs generativas em 2024. A expectativa é de que o iOS 18 , a próxima geração do sistema operacional do iPhone, tenha grande foco em IA e uma Siri reformulada para funcionar como o ChatGPT ou o Gemini.

As novidades de IA para o iPhone e outros produtos da Gigante de Cupertino devem ser anunciadas durante a conferência WWDC, marcada para o dia 10 de junho . Vale lembrar que o CEO Tim Cook prometeu que a IA da companhia vai "abrir novos caminhos" e também que a Apple negocia com empresas como Google, OpenAI e Baidu para uma possível integração de IA de terceiros no iOS.

Você pode conferir o artigo original sobre o ReaLM (em inglês) em arxiv.org .

Leia a matéria no Canaltech .

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