Na parte norte do Oceano Pacífico, vivem duas espécies diferentes de orcas que, muito provavelmente, divergem das tradicionais baleias-assassinas ( Orcinus orca ). Todas continuam a ser um tipo de golfinho . É o que revelam pesquisadores da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa), órgão do governo dos EUA, em novo estudo.
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Apesar da pesquisa ser recém-publicada, a história por trás da descoberta das espécies residente ( Orcinus ater ) e Bigg ( Orcinus rectipinnus ) são bem antigas. Nos anos 1860, Edward Drinker Cope, um cientista norte-americano conhecido por estudar dinossauros, já tinha sugerido, de modo intuitivo, a existência delas. O capitão Charles Melville Scammon foi parte essencial deste questionamento histórico. No entanto, faltavam evidências mais sólidas, como análises do DNA , apresentadas agora.
“Temos mais [dados] de ambas [as espécies de orcas], e o peso das evidências diz que se trata de espécies diferentes”, afirma Phil Morin, geneticista evolucionista do Noaa e um dos autores do novo estudo, em nota.
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Novas espécies de orcas
Publicado na revista científica Royal Society Open Science, o estudo demonstra que as orcas ou as baleias-assassinas, altamente distribuídas pelos oceanos, não são uma única espécie. Na verdade, os milhares de anos de evolução as diferenciaram de forma significativa.
Segundo os autores, a Bigg se ramificou do grupo original das orcas há aproximadamente 250 mil anos. Enquanto isso, este processo ocorreu de forma mais recente com a residente, há cerca de 100 mil anos.
A espécie apelidada de Bigg — em homenagem ao cientista canadense Michael Bigg que também as descreveu, há muito tempo — é maior e tem um padrão único entre as manchas brancas e pretas. Além disso, o crânio é mais largo, a mandíbula é mais curvada e as barbatanas dorsais mais largas e pontiagudas.
Ambas espécies são bastante diferentes, como é possível observar em uma imagem comparativa, feita em Vancouver, no Canadá:
É como se a Bigg (A) fosse mais preparada para a caça. Isso se comprova com a análise dos hábitos alimentares, já que se alimenta de mamíferos, como leões-marinhos e focas. De modo oposto, a residente (B) tem uma dieta mais voltada para os peixes.
“São as baleias-assassinas mais diferentes do mundo, vivem próximas umas das outras e se veem o tempo todo”, explica Barbara Taylor, bióloga do Noaa e outra autora do estudo. No entanto, “eles simplesmente não se misturam”, pontua. Este é outro argumento que justifica a ideia das espécies diversas.
Descoberta do Pacífico vai ser confirmada
Agora, os novos achados que confirmam a existência das duas “novas” espécies de orcas serão enviados para o Comitê de Taxonomia da Sociedade de Mastozoologia Marinha. Após a análise, os achados serão incluídos na lista oficial de espécies.
Segundo os autores, a divisão das tradicionais orcas-assassinas não deve parar por aí. Com base nas novas ferramentas de análise genética, será possível distinguir e classificar outras espécies de orcas, como foi feito com as as que vivem no norte do Oceano Pacífico.
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