Telescópio James Webb flagra galáxia Messier 82 criando estrelas
Danielle Cassita
Telescópio James Webb flagra galáxia Messier 82 criando estrelas

O telescópio James Webb voltou seus “olhos” para Messier 82, uma galáxia pequena e que forma estrelas a todo vapor. Ao observá-la no infravermelho com os instrumentos do Webb, cientistas liderados por Alberto Bolatto analisaram os processos em andamento no interior da galáxia, bem como os efeitos que causam em sua estrutura.

Localizada a 12 milhões de anos-luz na constelação da Ursa Maior, M82 é uma galáxia relativamente compacta. Mas não se engane com seu tamanho: ela forma estrelas a uma taxa 10 vezes maior que a Via Láctea !

Alberto Bolatto conta que esta galáxia foi bastante observada ao longo dos anos porque é considerada uma espécie de protótipo galáctico de formação estelar. "Os telescópios espaciais Spitzer e Hubble observaram esse alvo. Com o tamanho e a resolução do Webb, podemos olhar para essa galáxia em formação de estrelas e ver todos esses novos e belos detalhes”, disse.

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Apesar de a formação estelar ser um processo de grande interesse científico, ele é para lá de misterioso: as estrelas são formadas por trás de espessos envelopes de gás e poeira, que impedem a observação na luz visível, mas não no infravermelho, que é a especialidade do Webb.

As novas imagens mostram filamentos escuros de poeira presentes junto do núcleo brilhante da galáxia. Com o NIRCam, o Webb identificou vários detalhes da M82 que, até então, eram desconhecidos — entre eles, estão pontos esverdeados. Eles indicam áreas com grande concentração de ferro, muito presentes em remanescentes de supernova .

"Essa imagem mostra o poder do Webb", descreveu Rebecca Levy, coautora do estudo. "Cada ponto branco nessa imagem é uma estrela ou um aglomerado de estrelas. Podemos começar a diferenciar todas essas minúsculas fontes pontuais, o que nos permite obter uma contagem precisa de todos os aglomerados de estrelas nesta galáxia”.

Ainda, o NIRCam determinou a estrutura dos ventos da galáxia por meio das emissões vindas dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (ou PAHs). Eles ocorrem como pequenos grãos de poeira que sobrevivem em temperaturas frias, enquanto o calor pode destruí-los.

Para a surpresa dos pesquisadores, as emissões dos PAHs indicam que o vento da galáxia tem estrutura fina, algo que até então era desconhecido. Estas emissões foram representadas como filamentos avermelhados, que se estendem para longe de onde acontece a formação de estrelas.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista The Astrophysical Journal .

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