Como são os eclipses solares em outros planetas?
Daniele Cavalcante
Como são os eclipses solares em outros planetas?

A Terra não é o único lugar onde acontecem os eclipses solares . Com exceção de Mercúrio e Vênus, que não possuem luas, os demais planetas do Sistema Solar experimentam esses fenômenos, alguns dos quais podemos testemunhar por meio de imagens ou telescópios caseiros.

Eclipses em Marte

Marte, o primeiro planeta após a Terra, possui dois satélites naturais: Fobos e Deimos. Eles passam em frente ao Sol com frequência, mas são muito pequenos para causar eclipses totais no Planeta Vermelho, ou mesmo eclipses anulares incríveis como os nossos.

Ainda assim, os trânsitos (como são chamadas as passagens entre o Sol e um observador) marcianos são interessantes por revelarem o formato de batata de Fobos e Deimos. Isso porque, embora os objetos sejam bem pequenos — 11 km e 6,2 km de diâmetro, respectivamente —, estão bem próximos de Marte.

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Rovers como o Opportunity e o Perseverance já capturaram várias imagens dos eclipses em Marte , como o trânsito de Fobos em 20 de abril de 2022 e o de Deimos em 22 de janeiro de 2024.

Eclipses em Júpiter e Saturno

O gigante gasoso possui mais de 90 luas , então os eclipses são bem comuns por lá. As maiores luas jovianas — Amalteia, Io, Europa, Ganimedes e Calisto — podem projetar sombras relativamente grandes sobre o lado diurno de Júpiter. Eclipses duplos, triplos e até múltiplos são comuns devido à proximidade das órbitas desses corpos.

De vez em quando, as sombras de duas ou mais luas podem se sobrepor durante os trânsitos, formando um alinhamento perfeito com Júpiter e o Sol. O telescópio Hubble observou esses eventos várias vezes, assim como a espaçonave Juno, na órbita do planeta desde 2016.

As sombras das maiores luas sobre Júpiter também podem ser observadas por astrônomos amadores em seus próprios quintais, usando telescópios simples.

Já o “senhor dos anéis” é o planeta do Sistema Solar com a maior quantidade de luas — são 145 satélites naturais . Um observador neste mundo teria boas oportunidades de observar um trânsito, embora a maioria dos objetos sejam muito pequenos para projetarem uma sombra.

Imagens de alguns desses eclipses foram registradas algumas vezes pela sonda Cassini e pelo Hubble, alguns deles bem raros. Um dos mais peculiares ocorreu em 2009, quando as luas Encélado, Dione, Titã e Mimas formaram um eclipse quádruplo.

Na foto acima, vemos as luas Titã (a maior de todas), que lança uma grande sombra no pólo norte de Saturno (não visível nessa imagem, mas observada em outras fotos subsequentes). Abaixo, à esquerda, está Mimas, lançando uma sombra no topo das nuvens equatoriais do planeta.

Mais à esquerda, e fora do disco de Saturno, está Dione e a lua mais fraca, Enceledus. Além do tamanho diminuto da maioria das luas, o planeta tem uma inclinação que desfavorece a ocorrência de eclipses.

Eclipses em Urano e Netuno

O gigante gelado possui doze luas grandes o suficiente para eclipsar o Sol: Créssida, Desdêmona, Julieta, Pórcia, Rosalind, Belinda, Puck, Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon.

Por fim, Netuno, o planeta mais afastado do Sol, possui as seguintes luas capazes de eclipsar o Sol: Náiade, Talassa, Despina, Galateia, Larissa, Proteu e Tritão. Contudo, os trânsitos são muito mais raros por lá, mesmo para Tritão, o maior de seus satélites.

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