Morre Peter Higgs, físico que previu nova partícula
Danielle Cassita
Morre Peter Higgs, físico que previu nova partícula

Peter Higgs, laureado com o prêmio nobel de Física, morreu nesta segunda-feira (8) aos 94 anos após enfrentar uma doença. O falecimento dele foi anunciado pela Universidade de Edimburgo, instituição em que foi professor por quase cinco décadas.

O diretor da universidade, Peter Mathieson, disse que "Peter Higgs foi uma pessoa extraordinária, um cientista verdadeiramente talentoso cuja visão e imaginação enriqueceram nosso conhecimento do mundo que nos cerca. “Seu trabalho pioneiro motivou milhares de cientistas, e seu legado continuará a inspirar muitos outros nas próximas gerações”, acrescentou.

Nascido na cidade de Newcastle-upon-Tyne, na Inglaterra, em 29 de maio de 1929, Peter Ware Higgs era filho de Thomas Ware Higgs, engenheiro de som da BBC, e de Gertrude Maude Higgs.

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Ele cresceu em Bristol, e seu interesse pela física nasceu quando começou a frequentar a escola Cotham Grammar — a mesma em que o físico britânico Paul Dirac estudou.

Dirac é considerado um dos pais da mecânica quântica , que descreve as forças da natureza como se fossem um jogo de pega-pega entre os bósons, pequenos pacotes de energia. A teoria acabou se tornando aquela o impulsionou a prever a existência de uma nova partícula, que acabou levando o nome de Higgs.

Em 2013, Peter Higgs foi laureado com o Nobel de Física por seu trabalho revolucionário, que mostrou como o bóson contribui para manter o universo estruturado.

O trabalho dele ajudou os cientistas a entender como o Big Bang criou o universo há 13,8 bilhões de anos; sem a massa dos bósons de Higgs, as partículas não iriam se agrupar para formar a matéria com que interagimos a todo momento.

O bóson de Higgs

De forma resumida, podemos dizer que Higgs elaborou a teoria de que deveria haver alguma partícula subatômica que explicaria como as outras, bem como as estrelas e os planetas, têm massa. Para entender melhor, precisamos voltar algumas décadas no tempo.

Mais especificamente, voltemos para a década de 1970, quando pesquisadores usaram a teoria dos campos quânticos para estudar a força nuclear fraca (que está por trás do decaimento dos elementos ao transformar prótons em nêutrons).

A maior questão aqui é que as partículas da força fraca não deveriam ter massa — caso tivessem, elas quebrariam as leis da natureza, que devem ser as mesmas independentemente de quando são observadas. Só que os pesquisadores perceberam que a força fraca é tão forte em distâncias curtas, e tão fraca em interações a distâncias maiores, que suas partículas (os bósons) deveriam ter massa.

O trio de físicos Robert Brout, François Englert e Peter Higgs tentou resolver o problema propondo o campo de Higgs, um campo invisível e onipresente que estaria proporcionando massa às partículas. Mas ainda faltava algo para o mecanismo ser validado: eles precisavam observar o próprio Bóson de Higgs, porque ele indicaria a manifestação do campo.

Foi em 2012 que os cientistas na Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) anunciaram que, com o Grande Colisor de Hádrons , o bóson de Higgs foi finalmente encontrado. Ele e o físico teórico belga François Englert receberam o Nobel de Física com a descoberta.

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