Mortes por hepatites virais estão aumentando
Fidel Forato
Mortes por hepatites virais estão aumentando

No mundo todo,o número de óbitos relacionados às hepatites virais está aumentando, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira (9). Por dia, a estimativa é que cerca de 3,5 mil pessoas morram em decorrência dos problemas no fígado provocados pela hepatite B e pela hepatite C. Hoje, a doença infecciosa mata tanto quanto a tuberculose.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas da OMS coletaram dados de saúde em 187 países. No ano de 2022, o número total de mortes pelas formas crônicas de hepatite chegou a 1,3 milhão. Em 2019, foram 1,1 milhão de óbitos.

Apesar do recorde de óbitos, o número de novas infecções caiu. Em 2022, foram 2,2 milhões de casos da doença, contra 2,5 milhões contabilizados em 2019. O desequilíbrio é associado com a falta de acesso aos remédios, tratamentos e vacinas, quando disponíveis.

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“Este relatório apresenta um quadro preocupante: apesar do progresso global na prevenção de infecções por hepatite, as mortes estão aumentando, porque poucas pessoas com hepatite estão sendo diagnosticadas e tratadas”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota. Com isso, o mundo se distancia da meta de eliminar as mortes por hepatites virais até 2030.

O que é hepatite?

De forma geral, a expressão hepatite é usada para descrever quadro de inflamação e danos ao fígado, como o problema causado pelo consumo excessivo de álcool . No caso das hepatites virais, o dano é provocado pelos vírus da hepatite A, B, C, D e E. Destes cinco, os mais graves são o B e o C.

Segundo a OMS, o vírus da hepatite B é responsável por 83% das novas infecções em todo o mundo. Já o vírus da hepatite C está relacionado com 17% das infecções. Sem tratamento, há aumento no risco de cirrose, câncer e insuficiência hepática.

Aumento de mortes por hepatites virais

No mundo, são 254 milhões de pessoas que vivem, de forma crônica, com a hepatite B. Além disso, outros 50 milhões de indivíduos convivem com a C. Metade desses pacientes têm entre 30 e 54 anos, e uma porcentagem significativa (12%) tem menos de 18 anos.

Apesar das duas doenças serem potencialmente mortais, há estratégias eficazes de combate. Por exemplo, existem vacinas contra a hepatite B, e já foram desenvolvidos medicamentos para tratar pacientes com hepatite B e C.

No entanto, falta acesso ao diagnóstico e a essas terapias em inúmeros países. Por exemplo, apenas 13% dos pacientes com hepatite B já foram diagnosticados, ou seja, a maioria convive com o vírus sem saber. Em relação à hepatite C, a situação melhora um pouco, com 36% conhecendo o diagnóstico.

Sistema de saúde na África e no Brasil

Um dos casos mais emblemáticos do problema das hepatites virais pode ser observado na África. O continente é responsável por 63% das novas infecções por hepatite B do globo, mas apenas 18% dos bebês são vacinados contra a doença, o que retroalimenta o ciclo da infecção. No Brasil, a vacina é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) , prática que ainda precisa ser adotada nessas regiões.

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