Escavar outros mundos não é uma tarefa fácil, e pesquisadores da Universidade da Cracóvia decidiram investigar o porquê. Em um novo estudo, Dariusz Knez e Mitra Kahlilidermani concluíram que, basicamente, existem desafios ambientais e tecnológicos por trás da dificuldade em fazer perfurações fora da Terra.
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Primeiro, é preciso ter em mente o papel da atmosfera — e da falta dela — na hora de perfurar algum planeta. Vênus, planeta coberto por uma espessa atmosfera feita principalmente de dióxido de carbono, é uma exceção; por outro lado, Marte é envolvido por uma atmosfera tão fina que a física dos fluidos não funciona lá.
Os fluidos são essenciais para perfurações em nosso planeta, porque esfriam metais o suficiente para permitir sua perfuração. Sem diminuir a temperatura, provavelmente a perfuração não aconteceria, ou o metal seria aquecido e deformado a ponto de impedir o procedimento.
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Para evitar estes cenários, um fluido lubrificante é aplicado no local desejado para a ação da broca. O mecanismo é simples, mas não funcionaria em um mundo sem atmosfera: qualquer líquido exposto a um ambiente sem gases atmosféricos seria sublimado (se tornaria gasoso), sem esfriar a área conforme o esperado.
Como a maioria das perfurações fora da Terra é feita de forma autônoma, isso significa que o lander ou rover em questão precisaria ter algum recurso para identificar a hora de parar a perfuração antes de derreter suas ferramentas. Muitos projetos de missões espaciais ainda não têm solução para este problema.
Outro problema é a variação de temperatura em outros mundos — na Lua , a temperatura no equador passa dos 120 ºC durante o dia, mas cai para -133 ºC à noite. Esta amplitude térmica dificulta o uso de líquidos em um sistema hidráulico sem congelar durante a notie ou evaporar durante o dia.
Em relação aos aspectos tecnológicos, há a restrição de peso, parte crucial de qualquer missão espacial. Grandes dispositivos de perfuração contêm materiais de aço, que são tão pesados que o custo para lançá-los seria extremamente alto, inviabilizando a missão. Outro problema é o fornecimento de energia: na Terra, os motores das perfuradoras são alimentados por combustíveis de hidrocarbonetos, mas fora do nosso planeta, seria preciso usar energia solar , com células de tamanho desfavorável.
No entanto, vale lembrar que, independentemente das dificuldades, sistemas do tipo são essenciais para o sucesso de qualquer missão espacial. Se for necessário criar grandes assentamentos para astronautas nos tubos de lava na Lua, ou explorar o oceano sob o gelo da lua Encélado, é certo que vão ser necessárias tecnologias de perfuração mais eficientes.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado pelo Instituto de Publicações Digitais Multidisciplinares.
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