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A britânica Hayley, de oito anos, é a primeira criança a passar por uma cirurgia cerebral para corrigir uma condição chamada paralisia cerebral distônica. O procedimento envolveu a introdução de pequenos eletrodos na área do cérebro responsável pelos movimentos. O objetivo é conter os principais efeitos colaterais da paralisia — cãibras e espasmos musculares.
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A cirurgia foi realizada no Hospital Infantil Alder Hey, em Liverpool, em janeiro. Na ocasião, os médicos utilizaram da estimulação cerebral profunda avançada.
Esses eletrodos ficam conectados por um fio a uma bateria especialmente implantada, enquanto pulsos elétricos são utilizados para modificar os sinais responsáveis pelos sintomas desencadeados pela paralisia.
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Com o procedimento feito, os eletrodos passam a enviar sinais do cérebro da garota para que os médicos vejam se os estímulos estão fazendo efeito ou não, e assim ajustar as configurações em busca do melhor resultado.
Em entrevista à BBC, os médicos reconhecem que a técnica pode não ser adequada a todos os pacientes com distonia, mas para algumas crianças e jovens pode ser uma mudança de vida.
Resultados da cirurgia
O dispositivo costuma ser ligado algumas semanas após a operação, e leva alguns meses para gerar melhoras. Ou seja: os efeitos não são instantâneos. De qualquer forma, tudo indica um bom caminho para Hayley. A própria equipe diz, na entrevista, que a paciente está mais tranquila, em comparação com a realidade antes da cirurgia.
Mas a jornada não foi fácil, e custou muitos meses até que os médicos encontrassem o nível certo de estimulação.
Por causa dos constantes espasmos e das dores, até a comunicação com a garota era difícil — já que estava sempre inquieta, e sem conseguir manifestar o que sentia — mas segundo a família, agora Hayley consegue se alimentar, dormir e até ficar no sofá sem problemas.
Paralisia cerebral distônica (distonia)
A distonia pode ser considerada um distúrbio neurológico. Provoca principalmente contrações musculares involuntárias persistente que levam a movimentos repetitivos e más posturas.
Por enquanto, a ciência ainda não tem como explicar a causa exata, mas o que se sabe é que ela pode ser herdada de forma genética ou até adquirida ao longo do tempo.
A paralisia cerebral distônica atinge principalmente os músculos no pescoço e a região dos olhos, mas não se limita a essas regiões, de modo que pode afetar várias outras, como rosto, língua, lábios ou até laringe.
Tratamentos para distonia
A ideia do tratamento para distonia é justamente conter os sintomas, então pode envolver medicamentos orais ou injetáveis (como a toxina botulínica) e até a recuperação com a ajuda de fisioterapia.
No entanto, como vimos, a cirurgia cerebral também pode ser uma opção. Essa técnica de estimulação cerebral profunda é muito usada em pacientes com Parkinson , por exemplo, a fim de recuperar os movimentos . Mas assim como no caso de Hayley, também parece propícia para conter os danos da distonia.
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