Após a morte, o corpo humano começa a enrijecer e a endurecer naturalmente, em um processo que começa pela face e se espalha até os dedos das mãos e dos pés, passando pelo tronco. Oficialmente, a rigidez cadavérica recebe o nome de rigor mortis.
- Após a morte, quanto tempo o corpo pode esperar até o enterro?
- O que acontece com o corpo após a morte?
"O desenvolvimento do rigor mortis é um processo de mudança na intensidade da rigidez muscular ao longo do tempo”, afirmam os pesquisadores da Galgotias University (Índia), em artigo na revista Journal of Forensic Sciences & Criminal Investigation (Jfsci) .
Longe de ser um tema macabro, entender o que é rigidez cadavérica e quais sinais o corpo dá enquanto este processo avança é parte importante do trabalho de médicos legistas. Entre outras coisas, esta análise permite identificar o horário da morte, algo fundamental quando há suspeita de homicídios e investigação de crimes .
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O que é rigidez cadavérica?
Para entender o que é rigidez cadavérica, é preciso lembrar que, no post mortem , o corpo começa a passar por inúmeras e rápidas alterações bioquímicas e fisiológicas. Em grande parte, elas são causadas pelo fim da circulação sanguínea e, consequentemente, da distribuição de oxigênio. Em paralelo, os micróbios começam a se proliferar .
Também é interrompido o fluxo de trifosfato de adenosina (ATP), a fonte de energia das células. Isso faz com que as miofibrilas, as fibras musculares, entrem em estado de contração constante, sem conseguir relaxar. De forma detalhada, a proteína miosina não consegue mais se “desgrudar” da actina, o que ocorreria facilmente com novos ATPs.
Quanto tempo o corpo leva para endurecer?
Em média, o rigor mortis surge 2 horas após a morte , mas há episódios em que pode ocorrer mais cedo ou em até 6 horas, segundo os pesquisadores da Australian National University (Austrália), em artigo no livro Human Body Decomposition .
Na maioria dos cadáveres, a rigidez cadavérica, incluindo todos os seus estágios, pode persistir por 24 a 36 horas. Em casos raros, a situação foi observada por até 84 horas.
Após este período, a condição desaparece, e o corpo humano volta a ficar flácido. Entretanto, desta vez, a flacidez dos músculos é causada pela ação de líquidos alcalinos produzidos no processo de putrefação (decomposição).
6 estágios do rigor mortis
Para interpretar o avanço da rigidez cadavérica, é possível dividir todo o processo em diferentes estágios, o que ajuda a determinar a hora que uma pessoa morreu, por exemplo. Nestes casos, alguns especialistas sugerem a existência dos 6 seguintes estágios:
- Ausente: neste estágio, o corpo ainda não começou a endurecer, indicando que a morte foi recente. Há um pouco de oxigênio circulando, e os músculos estão macios;
- Mínimo: de fato, a condição rigor mortis já pode ser observada, com o início da rigidez muscular. Normalmente, os músculos menores e os da face, como aqueles que ficam ao redor da boca, são os mais nítidos;
- Moderado: nesta etapa, mais músculos são acometidos pela rigidez, o que torna a morte visível até para leigos;
- Avançado: Quase todos os músculos do corpo estão rígidos e não dobram mais, incluindo os que estão presentes no pescoço e nas mãos.
- Completo: por causa da rigidez cadavérica, o corpo todo fica rígido e inflexível.
- Pós-condição: após o processo de endurecimento, o corpo regride e volta a ficar flácido, algumas horas depois. Neste momento, outros sinais surgem, como o livor mortis (livor cadavérico ou manchas de hipóstase), que é a mudança de coloração em alguns pontos na pele dos cadáveres.
Rigor mortis e espasmo cadavérico
É importante observar que o rigor mortis não deve ser confundido com o espasmo cadavérico. Esta é uma condição rara, em que o corpo fica rígido, de forma imediata, após a morte. Em alguns casos, está associado com mortes violentas.
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