O eclipse solar total do dia 8 de abril causou uma pequena alteração na transmissão do horário nos Estados Unidos, realizada por uma estação governamental de rádio. O fenômeno não atrapalhou os ouvintes, e vai ajudar os cientistas a compreenderem melhor como os eclipses afetam a ionosfera terrestre.
Desde 1945, a WWV transmite o "horário oficial dos EUA" do Observatório Naval dos EUA, que garante que os horários estejam ajustados uniformemente no país. O serviço é utilizado em diversos setores, como navegação, transporte, pesquisa e radiodifusão, além de ajudar operadores de radioamador a testarem seus equipamentos.
As transmissões são feitas em várias frequências de ondas curtas 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ouvintes em todo o mundo. Contudo, Kristina Collins, uma operadora de radioamador de Cleveland, Ohio, compilou dados que demonstraram uma mudança na frequência da WWV.
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Ela reuniu dados de 13 estações de monitoramento ao longo da trajetória da totalidade do eclipse solar , e encontrou uma assinatura de curva em S durante o momento em que a Lua cobriu completamente o Sol. Quando a sombra lunar atingiu a ionosfera, formou-se um “buraco” temporário onde a ionização foi reduzida.
A ionosfera é uma das camadas atmosféricas superiores da Terra , onde a radiação solar de raios X ioniza os átomos — ou seja, arranca os elétrons de seus núcleos atômicos —, criando assim uma camada composta por elétrons livres.
Certos comprimentos de onda de rádio são refletidos pela ionosfera e retornam à superfície, efeito aproveitado para transmissões a distâncias intercontinentais. Uma das transmissoras que utilizam esse recurso é a WWV.
Quando a sombra da Lua cobriu a ionosfera acima de alguns estados dos EUA, a ionização causada pela radiação solar foi reduzida, afetando o efeito de reflexão das ondas de raio . A alteração foi mínima, mas o suficiente para forçar as ondas de rádio a percorrerem um trajeto ligeiramente maior.
O físico especialista em clima espacial Larry Carr, do Brookhaven National Labs, usou a frequência de ondas da WWV (10 MHz) e a mudança média causada pelo eclipse (1/2 Hz) para calcular a velocidade de movimento da parte inferior da ionosfera. Segundo seus resultados, a velocidade foi superior a 15 m/s.
Carr também concluiu que, durante todo o eclipse, a parte inferior da ionosfera moveu-se cerca de 50 km. Embora pareça muito, algo semelhante acontece durante a noite, que é quando o Sol também deixa de ionizar a atmosfera superior. Por outro lado, essas medições serão importantes para uma compreensão cada vez maior sobre como os eclipses afetam nosso planeta.
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