Disney  começa a preparar fim do compartilhamento de contas no Brasil
Durval Ramos
Disney começa a preparar fim do compartilhamento de contas no Brasil

O Disney + trouxe mudanças significativas em seu contrato de assinatura, incluindo uma antecipação na sua política contra o compartilhamento de senhas no Brasil. A novidade está valendo para todos os usuários do serviço desde o último domingo (21) e traz mais detalhes sobre como a plataforma vai tentar barrar esse tipo de prática.

A novidade vem na carona das mudanças que a plataforma vem recebendo às vésperas da sua integração com o Star+. Assinantes deste serviço secundário começaram a ser comunicados por email sobre o fim do serviço e é em meio a esse aviso que muita gente descobriu que o Disney+ mexeu em algumas regras importantes de uso.

A principal delas é justamente sobre o compartilhamento de senhas. Essa já era uma política que a Disney global já havia apontado como meta para 2024, prometendo levar a restrição para todos os territórios até o fim do ano. E, pelo visto, chegou mais rápido do que se pensava ao Brasil.

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De acordo com o que o novo contrato de assinatura prevê, o acesso à sua conta deve ser limitado apenas à sua residência. E, seguindo o modelo adotado pela Netflix , o Disney+ também vai adicionar um modelo de Membro Extra, no qual o titular da conta pode “comprar” o acesso de um amigo ou familiar para o serviço. Os valores, porém, não foram divulgados.

O texto legal faz questão de destacar que o conceito de residência adotado pelo streaming não é apenas a casa física do assinante, mas ao “conjunto de dispositivos usados em sua residência pessoal e que são utilizados pelas pessoas que ali residem”. A descrição parece ser uma forma de evitar transtornos com o Procon, a exemplo do que aconteceu com a Netflix no Brasil.

Outro ponto curioso é que o texto ainda faz menção à possibilidade de os usuários serem punidos caso violem as novas regras, podendo até mesmo perder suas contas.

“A sua assinatura do Serviço Disney+ também pode ser cancelada pela Disney, caso a Disney tenha fundamentos razoáveis para crer que você está fazendo uso do Serviço Disney+ em violação aos termos deste Contrato e das regras, políticas e documentos nele inclusas, incluindo, sem limitação, as regras referentes ao compartilhamento de contas".

O novo contrato já está em vigor para todos os assinantes do serviço e, segundo a empresa, os usuários que não concordarem com os novos termos têm 30 dias para cancelar sua assinatura a partir da notificação.

Pacotes de assinatura e pay-per-view chegando

Além disso, tanto o comunicado sobre o fim do Star+ quanto o novo contrato de assinatura falam sobre “níveis de serviço”, indicando que o Disney+ deve também repetir o modelo adotado por Netflix e Max e trazer modalidades diferentes de assinatura com preços e conteúdos variáveis.

Até então, a plataforma funcionava a partir de uma assinatura única que concedia acesso a todo o catálogo da empresa. O adicional era justamente a assinatura de um segundo streaming, o Star+. Com as duas plataformas virando uma coisa só, os pacotes devem se tornar uma realidade.

O texto, porém, não detalha como serão esses níveis, embora antecipe que eles terão qualidade de áudio e imagem diferentes, assim como limites de perfis e de dispositivos próprios. Mais uma vez, é uma característica que o assinante da concorrência já está acostumado a ver. O contrato também fala sobre uma versão com anúncios, algo que já tinha sido revelado anteriormente pela Disney.

Só que aí há um porém — principalmente para os fãs de eventos esportivos. O contrato fala que alguns desses níveis de serviço só terão acesso ao conteúdo sob demanda, indicando que transmissões ao vivo, como os realizados atualmente pelo Star+ via ESPN, só poderão ser usados por uma modalidade específica, provavelmente a mais cara.

Essa era uma preocupação antiga desde que os primeiros rumores sobre a fusão entre Disney+ e Star+ surgiram. Ao que tudo indica, quem costuma acompanhar campeonatos e torneios pelo streaming terá que se preparar para pagar mais — repetindo uma prática que era comum na TV a cabo e que muita gente achou que iria acabar com o streaming.

O impacto disso vai ser direto principalmente nas transmissões de futebol, mas não apenas nelas. Pelo que o contrato sugere, pode ser que essa política seja adotada em outras transmissões ao vivo, como em shows, por exemplo. Há também menção à venda de conteúdo pay-per-view, algo que não existe atualmente no serviço.

É claro que nada disso está confirmado, mas são possibilidades que são previstas no contrato. Assim, tudo isso pode ser uma grande antecipação do que está por vir ou uma simples precaução do Disney+ para conteúdos pontuais

O fato é que, até agora, a integração entre as duas plataformas está mais repleta de dúvidas do que de respostas. O comunicado feito por email fala que mais detalhes devem ser revelados em breve, incluindo “o plano de serviço para o qual sua assinatura será migrada e o preço aplicável”. Ou seja, o que todo mundo quer saber ainda está por vir.

O Canaltech procurou o Disney+ no Brasil para mais esclarecimentos, mas a empresa se limitou a dizer que não há mais nenhum informação adicional sobre as mudanças “além do que já saiu na imprensa internacional nas últimas semanas”.

Leia a matéria no Canaltech .

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