A essa altura do campeonato, você já deve conhecer Watchmen , minissérie publicada pela DC Comics em 1986 em 12 edições de uma série limitada criada pelo escritor Alan Moore e o desenhista Dave Gibbons. A HQ redefiniu o gênero de super-heróis, e, depois da chegada de Rorschach, Doutor Manhattan, Comediante e outros, nada mais foi o mesmo? Mas por que? O próprio resume o sucesso de sua empreitada em poucas palavras.
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Em entrevista para a série de documentários Comics Britannia , da BBC, Moore explicou que “foi tão fácil causar um efeito” no gênero de super-heróis, depois de miná-lo e desconstruí-lo, simplesmente porque nenhum outro título ou autor estavam tentando fazer isso.
Watchmen conseguiu um nível de simbiose entre texto e imagem que foi possível destroçar os limites da Nona Arte, levando a linguagem para outro nível de potencial.
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“Foi tão fácil causar efeito porque a maioria dos escritores e artistas que vieram antes de nós nunca pensaram em desafiar qualquer uma dessas suposições em relação ao gênero dos super-heróis”, disse Alan Moore.
Na ampla entrevista, ele analisa sua própria influência nos quadrinhos, incluindo obras como Watchmen , V de Vingança , Monstro do Pântano e uma de suas criações mais famosas, John Constantine.
Heróis fascistas
Alan Moore acredita que a figura do super-herói não passa de um fetiche fascista da humanidade. Assim, Watchmen é uma homenagem a esse pensamento, mostrando na trama que, se você tivesse o poder para ser um herói, roubaria um banco, violaria direitos humanos ou controlaria narrativas.
Daí vem o bordão “Quem vigia os vigilantes?” que aparece ao longo da série pichado nas paredes da suja cidade de Nova York da década de 1980 alternativa de Watchmen. Essa é uma das principais questões da série, que reflete sobre quem responsabiliza aqueles que procuram fazer cumprir o Estado de Direito.
Essa é uma das muitas maneiras pelas quais Moore interroga o gênero do super-herói ao longo da história. “Eles pensaram que, talvez, na melhor das hipóteses, poderia ser uma piada cínica sobre super-heróis”, disse Moore sobre os artistas contemporâneos a Watchmen.
E o autor também disse que se esforçou para retratar a pungente tristeza que é inerente à carreira de um super-herói vigilante. “Não há razão para que não possamos explorar todas essas coisas.”
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