Amazon é processada nos EUA por práticas injustas e enganosas
Bruno De Blasi
Amazon é processada nos EUA por práticas injustas e enganosas

A Amazon se tornou alvo de um processo expedido pela procuradora-geral do Arizona, Kris Mayes, nos Estados Unidos. Com a acusação de que a empresa realiza práticas injustas e enganosas, duas ações foram abertas nesta quarta-feira (15): uma voltada à dificuldade para cancelar o Amazon Prime e outra com foco no viés do algoritmo Buy Box.

Os processos foram abertos com base na Lei de Fraude do Consumidor e Lei Antrituste do Estado, ambas em vigor no estado do Arizona. Segundo a procuradora, as “práticas anticompetitivas e monopolistas da Amazon” inflacionaram artificialmente os preços para os consumidores do Arizona e prejudicaram pequenos varejistas terceirizados.

“A Amazon deve ser responsabilizada por essas violações de nossas leis estaduais”, pontuou Mayes. “Não importa quão grandes e poderosas sejam, todas as empresas devem seguir as mesmas regras e seguir as mesmas leis que todas as outras.”

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Dificuldade intencional para cancelar o Amazon Prime

Ao todo, dois processos foram abertos. O primeiro tem como foco o cancelamento da assinatura do Prime, que oferece frete grátis e outros benefícios, como o Prime Video. A procuradora-geral do Arizona sustenta que o procedimento para encerrar a contratação do serviço é intencionalmente confuso e errôneo — fruto de um projeto conhecido como “Iliad” (Ilíada).

Citando documentos internos da empresa, a ação sustenta que essas técnicas reduzem a taxa de cancelamentos em 14%. Isso seria possível devido à aplicação de gatilhos na interface para dificultar o cancelamento por meio do uso de palavras e gráficos enganosos e enfatizar os benefícios perdidos no cancelamento.

Viés no algoritmo de ofertas

O segundo processo foca no algoritmo que determina a oferta que será oferecida, conhecido como Buy Box. A procuradoria sustenta que o sistema é tendencioso para favorecer a receita da Amazon, muitas vezes elencando anúncios próprios ou do Fulfillment by Amazon (FBA), que concentra os produtos nos centros de logística da companhia.

Esse comportamento seria prejudicial pois, em tese, coloca os anúncios de outros parceiros em segundo plano, mesmo que seja melhor para o cliente. Para as autoridades do Arizona, essa prática não apenas engana os consumidores, mas também impacta injustamente os pequenos vendedores.

O que diz a Amazon?

Procurada pelo portal The Verge, a Amazon alegou que a procuradoria iniciou o processo sem revisar documentos da empresa, o que resultou em um “mal-entendido fundamental” e na “descaracterização de como os negócios da Amazon funcionam”.

O porta-voz da empresa, Tim Doyle, também informou que os procedimentos para cancelar o Amazon Prime são “claros e simples” e que os processos “forçariam a Amazon a se envolver em práticas que realmente prejudicam os consumidores e as muitas empresas que vendem em nossa loja — como ter que apresentar preços mais elevados”.

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