DC transforma seus próprios problemas de continuidade em aventuras nas HQs
Claudio Yuge
DC transforma seus próprios problemas de continuidade em aventuras nas HQs

Em algum momento durante a trajetória de Grant Morrison frente aos títulos do Batman, alguém chegou a me perguntar: “Tenho que ler 800 edições da revista Batman para entender isso?”. A resposta foi: “Tem”. Isso porque o Multiverso DC tem uma das continuidades mais confusas da cultura pop, e os próprios fãs sabem disso. Agora, uma nova HQ promete se aproveitar desses problemas.

É comum em toda editora vermos personagens sendo regularmente excluídos, reinventados ou totalmente substituídos por alguém com o mesmo nome. E, na DC Comics, isso acontece com muito mais frequência, principalmente por conta das “famílias” e “legados”, que costumam trazer vários heróis e vilões com características e apelidos parecidos.

A continuidade da DC sempre mudou caoticamente, especialmente desde a Crise nas Infinitas Terras Infinitas , de Marv Wolfman e George Pérez, em meados dos anos 1980. Foi por conta desse evento que fica mais fácil compreender o fato de o Batman e o Superman seguidos pelos fãs atualmente não serem os originais da década de 1930.

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Só que, logo depois de Crise nas Terras Infinitas , o multiverso destruído em torno de uma única Terra retornou em Crise Infinita . O evento Ponto de Ignição deu origem ao reboot Novos 52 , que, em seguida, teve tudo revirado de volta em Renascimento… e assim tem sido a cada dois anos, basicamente.

Ou seja, seguir um personagem ao longo de tanta continuidade retroativa pode dar até dor-de-cabeça, principalmente se for algum herói ou vilão obscuro. E, agora, a própria DC tem uma solução interessante para isso no gibi Outsiders .

Aventuras na continuidade ruim

Os Outsiders costumam, como o próprio nome indica, ser formados por “renegados” entre os heróis e vilões, em um grupo de anti-heróis realizando tarefas que não costumam ser divulgadas e que muito sequer ficam sabendo.

A atual equipe é formada por Batwoman e Batwing (Luke Fox), dois personagens do núcleo do Batman; e a Baterista, uma misteriosa personagem que talvez tenha ligação com o Baterista do grupo Planetary. A missão dessa equipe é “descobrir os segredos do Multiverso DC” como uma espécie de “arqueólogos do desconhecido” — assim como era Planetary .

Na atual edição, em Outsiders #9 , o grupo encontra a chamada “Cidade Perdida do Cânone”. “A jornada dos Outsiders através e fora do multiverso continua! Bem abaixo da realidade, duas cidades seguem filosofias diametralmente opostas. Uma é construída a partir de legado, continuidade e ordem; e o outra nasce de inovação, reinvenção e caos. Entre o delicado equilíbrio das suas narrativas está a nossa história – bem como a chave para a mudar. Fazer isso poderia comprometer o Universo DC como o conhecemos… então, quem está planejando fazer exatamente isso?”, diz a sinopse.

Ou seja, tudo leva a crer que todos os personagens esquecidos pela DC nos últimos anos, devido a problemas de continuidade, talvez tenham suas histórias finalmente resolvidas pelos Outsiders. Uma maneira interessante de lidar com as “sobras” de retcon , não? Veremos como isso vai se desenrolar ao longo das edições.

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