Febre oropouche | Por que a doença tem esse nome?
Fidel Forato
Febre oropouche | Por que a doença tem esse nome?

A febre oropouche, também conhecida como doença oropouche , é uma infecção endêmica no Brasil. De forma esperada, um número de casos da condição transmitida por mosquitos sempre ocorre, especialmente na região Norte, próximo à floresta amazônica. Entretanto, o nome estranho não tem nada de brasileiro. É uma referência a um rio de Trinidad e Tobago, uma nação caribenha composta por duas ilhas.

Vale pontuar que, na ciência, grande parte dos nomes de espécies ou mesmo doenças tem relação com quem a descobriu ou com o local de origem. No caso da febre oropouche , o primeiro paciente a ser identificado com o vírus Orthobunyavirus oropoucheense (Orov) morava numa aldeia chamada Vega de Oropouche, localizada próxima do rio Oropouche, em Trinidad e Tobago. Isso aconteceu no ano de 1955.

Naquele ano, o vírus da febre oropouche foi isolado do soro — a parte líquida do sangue, sem anticoagulantes — na fase aguda da doença de uma pessoa. Inicialmente, este foi considerado um caso isolado na região do Caribe.

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No entanto, pesquisas sorológicas descobriram, posteriormente, a presença de anticorpos contra a doença no sangue de pessoas e também de animais silvestres na região, como macacos-prego ( Cebus capucinus ) e bugios ( Alouatta seniculus insularis ). Este foi um indicativo de que o patógeno circulava na região.

“Em 1960, o vírus foi isolado novamente em Trinidad e Tobago de um criadouro de mosquitos Mansonia venezuelensis”, conta o cientista Michael Edward Miller, em sua dissertação de mestrado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Origem da febre oropouche no Brasil

Curiosamente, nos anos 1960, os pesquisadores brasileiros encontraram, pela primeira vez, uma evidência de circulação do vírus da febre oropouche no país. O patógeno foi identificado em um bicho-preguiça ( Bradypus variegatus ) morto, encontrado próximo a construção da rodovia Belém-Brasília.

Em 1961, ocorreu o primeiro grande surto da febre oropouche no Brasil, com possivelmente 11 mil pessoas infectadas com a doença transmitida por mosquitos na cidade de Belém do Pará. Desde então, casos da infecção são detectados todos os anos, com eventuais surtos.

Por aqui, o principal transmissor da doença é o mosquito Culicoides paraenses , também conhecido como mosquito-pólvora ou ainda maruim. Entretanto, outras espécies podem transmitir a doença, relacionada com as Américas.

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