Nesta semana, um enorme iceberg se desprendeu da plataforma de gelo Brunt, localizada na Antártida . A massa de gelo flutuante mede 390 quilômetros quadrados, com 150 metros de espessura. Em comparação, é maior que a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte (BH), com 331 quilômetros quadrados, segundo dados do IBGE.
O novo iceberg que navega pela Antártida foi provisoriamente apelidado de A-83, segundo o British Antarctic Survey (BAS) — uma das organizações que monitoravam a plataforma de gelo, no momento do rompimento. Isso aconteceu na madrugada de segunda-feira (20).
Além do iceberg maior que a cidade de BH, a plataforma Brunt perdeu outras duas massas significativas de gelo nos últimos quatro anos. O desprendimento anterior ocorreu há aproximadamente 12 meses.
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Iceberg do tamanho de BH
As primeiras fissuras foram observadas há cerca de 10 anos, mas o movimento de “quebra” da plataforma de gelo na Antártida tem acelerado, sem um motivo aparente. Os especialistas do BAS descartam, no momento, o impacto direto das mudanças climáticas , e outras possíveis causas são investigadas.
“As plataformas de gelo flutuantes da Antártida se expandem gradualmente com fluxo de gelo e encolhem episodicamente pela separação dos icebergs”, conta Adrian Luckman, professor da Universidade de Swansea, em nota.
“O equilíbrio entre estes dois processos têm impacto na capacidade de reter o gelo em terra”, lembra Luckman. Quando a água está sólida e preservada nas gigantes plataformas de gelo, elas não contribuem para o aumento do nível do mar e ainda retêm o gás carbônico, um dos causadores do efeito estufa . Quando os icebergs se formam, o risco de derretimento é muito maior.
“É preocupante, portanto, que mesmo neste setor relativamente frio da Antártida tenham ocorrido três grandes rupturas de icebergs nos últimos três a quatro anos”, completa o professor britânico.
Mudanças na Antártida
Por outro lado, acompanhar atentamente o que ocorre com a plataforma de gelo Brunt deve ampliar a compreensão da ciência sobre esses processos. Inclusive, pode permitir a criação de modelos de previsão para o surgimento de novos icebergs.
A seguir, veja as rachaduras identificadas anteriormente na plataforma de gelo, com a ajuda de imagens de satélite, instrumentos de GPS e drones:
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