Toyota e Honda são investigadas por fraudes em testes de segurança
Paulo Amaral
Toyota e Honda são investigadas por fraudes em testes de segurança

Um escândalo de enormes proporções vem colocando em xeque a credibilidade de algumas das principais fabricantes de veículos do Japão . Toyota , Honda, Yamaha, Mazda e Suzuki estão sob investigação do Ministério de Transporte e Infraestrutura do Japão (MLIT) por fraudes na homologação de alguns de seus carros.

“É extremamente lamentável que novos atos fraudulentos tenham surgido, uma vez que atos fraudulentos em aplicações de designação de tipo minam a confiança dos utilizadores e abalam os próprios alicerces do sistema de certificação automóvel”, declarou o MLIT em nota oficial.

As apurações do órgão começaram em abril de 2023, depois que uma investigação interna apontou que a maioria dos carros da Daihatsu Motor, subsidiária da Toyota, havia falsificado os resultados dos testes de colisão de praticamente todos os modelos da linha por anos a fio.

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Agora, não apenas a Toyota, mas outras gigantes do mercado foram denunciadas pelo MLIT. As cinco empresas envolvidas na investigação foram ordenadas a interromper as entregas dos veículos sob suspeita, mas somente três delas ainda têm modelos em linha (Toyota, Yamaha e Mazda). As demais cometeram irregularidades em versões antigas de seus carros ou motos.

Segundo o ministério, a Toyota já interrompeu a produção de três modelos: Corolla Fielder, Corolla Axio (sedan) e do recém-lançado Yaris Cross, que será fabricado no Brasil . A Yamaha suspendeu a fabricação da YZF-R1, enquanto a Mazda parou as linhas do Mazda2 e do MX-5 até segunda ordem. Além destes carros, estão sob suspeita mais de 20 modelos da Honda, como Fit, HR-V e Accord , Crown e Lexus RX, da Toyota, Mazda6 e Atenza, da Mazda.

A marca menos afetada pelas investigações é a Suzuki. De acordo com o MLIT, apenas o Alto fabricado entre 2014 e 2017 apresentou irregularidades nos testes de frenagem. A marca informou números menores do que a distância real que o carro precisava para frear e isso caracterizou a fraude.

Qual fraude cada montadora cometeu?

Além da “pequena” fraude cometida pela Suzuki, o Ministério de Transporte e Infraestrutura do Japão detectou outras irregularidades cometidas por Toyota, Honda, Suzuki e Yamaha. As empresas admitiram, após investigações internas, terem burlado o sistema e se desculparam pelo ocorrido.

Veja a seguir qual acusação sobre cada montadora e quais carros ou motos tiveram os testes manipulados.

  • Toyota : Apresentou dados falsos nos testes de colisão para modelos Crown, Sienta, Isis e RX, além de adulterar os números nos testes de proteção para pedestres do Yaris Cross, Corolla Axios e Corolla Fielder;
  • Mazda : Fraudou testes de colisão do Atenza, Axela e Mazda6, além de ter adulterado o software do motor em meio aos testes com o Roadster RF e o Mazda2;
  • Yamaha : Testes de ruído da YZRF1 foram realizados de forma inadequada, e dados falsos foram imputados após testes de buzina com a YZF-R3 e a T-Max;
  • Honda : Apresentou falsas informações a respeito dos testes de ruído de 22 modelos produzidos anteriormente, burlando um dos pontos mais importantes para aprovação dos carros no país.

A orientação das autoridades japonesas após a ampla investigação é para que todas as marcas envolvidas no escândalo “forneçam as informações completas e prestem o suporte necessário de forma gratuita” aos proprietários dos carros que tiveram os testes falsificados.

Fraudes não comprometem segurança dos carros

A Toyota pediu desculpas publicamente pelas fraudes detectadas em carros da marca e prometeu “melhorias concretas” nos processos de verificação interna e nas estruturas de trabalho para que isso não volte a acontecer.

A montadora, assim com as demais fabricantes envolvidas no escândalo, tranquilizou os clientes que têm veículos citados nas fraudes ou estão pensando em comprar carros (ou motos) futuramente.

De acordo com as empresas, “não há problemas de desempenho que contrariem as leis ou regulamentações”. Além disso, os carros com testes burlados foram vendidos apenas no Japão e, por isso, veículos produzidos em outros países não foram afetados, pois “atenderam a processos de homologação diferentes ”.

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