Crítica Assassino Por Acaso | Tão inovador quanto andar para frente
Diandra Guedes
Crítica Assassino Por Acaso | Tão inovador quanto andar para frente

Filmes de ação não costumam ter enredos muito inovadores. Com exceção de um aqui e outro ali, a maioria segue a mesma estrutura: perseguições de carro ou moto, algumas explosões, trocas de socos e um final feliz. Se bem trabalhados, eles podem se tornar ótimas produções, mas Assassino Por Acaso , novo filme do diretor Richard Linklater, responsável pela trilogia Antes do Amanhecer , que chega aos cinemas no dia 12 de junho, aposta no genérico e deixa a desejar na premissa do gênero.

O enredo é até atrativo, mas a execução não entrega nada de ação. O máximo que o público irá ver na tela é uma discussão aqui, uma morte ali e muitas cenas de beijo e romance. Portanto, a verdade é que o filme foi vendido no gênero errado.

Protagonizada e escrita por Glen Powell ( Top Gun: Maverick ), a trama conta a história de Gary Johnson, um professor de filosofia e psicologia que, por ter habilidades com aparelhos tecnológicos, consegue um trabalho na polícia dos Estados Unidos.

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Depois que seu colega de trabalho trambiqueiro é afastado, ele precisa assumir o cargo de “hit man”, um matador de aluguel falso que tem como objetivo prender as pessoas que querem contratar seus serviços. Para isso, abusa de disfarces questionáveis, fato que garante a graça do filme e é o ponto alto da atuação de Powell.

Mas como nem tudo são flores, um dia ele é contratado por Madison (Adria Arjona), uma jovem atraente que, por viver em um relacionamento abusivo, decide matar seu marido. Comovido com a situação e com a beleza da mulher, Gary decide lhe dar uma chance e a aconselha a reconstruir a própria vida com aquela quantia que ela ia lhe pagar.

Quando a mulher aceita o conselho, o filme engrena focando no romance secreto da dupla e na ótima química sexual que eles têm. Só que, enquanto Gary assume o papel da estrela do longa, permitindo que Powell mostre todo seu talento em cena, Madison é construída apenas como uma mulher cheia de tesão que está disposta a qualquer coisa por uma boa noite de sexo.

Adria Arjona, que já estrelou filmes como Morbius e Esquadrão 6 , é completamente mal aproveitada e é reduzida a um estereótipo de mulher vulgar, e no fim das contas, o filme é muito mais sobre as estratégias que o casal usa para conseguir ficar junto do que sobre o trabalho de assassino de aluguel do protagonista.

Apesar disso, vale falar que, na comédia, o filme se sai bem. Ele é leve, divertido, engraçado e faz as duas horas de tela passarem num piscar de olhos. Powell não perde o tempo das piadas e o enredo não soa exagerado. Junte isso à pequena, mas excelente participação de Retta, comediante que protagonizou a série Good Girl s da Netflix , e está feita a receita para arrancar risadas do público.

Baseado em uma história real

Outro acerto de Assassino Por Acaso é que ele transforma uma história real e que poderia ser simplória demais em uma trama muito mais interessante e agradável de se ver. Nos Estados Unidos, o filme foi lançado pela Netflix, o que faz muito mais sentido para a proposta mais comedida do filme.

De fato, Hit Man , como é chamado em inglês, tem bons acertos, é gostoso de assistir, mas tão comum que não vale o ingresso do cinema. Melhor dar o play na Netflix, deitado debaixo das cobertas, comendo pipoca.

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