Após ciberataques, hospitais de Londres mantêm transfusões graças a estagiários
Claudio Yuge
Após ciberataques, hospitais de Londres mantêm transfusões graças a estagiários

Uma realidade que antes só víamos em thrillers de ação como Missão Impossível e séries sobre hackers como Mr. Robot atualmente é uma realidade dura para governos e grandes empresas. Os cibercriminosos mais sofisticados têm mirado em cadeias de serviços essenciais, com ataques mais trabalhosos e demorados — porém, muito mais lucrativos. E é justamente uma dessas ofensivas digitais que afetam os hospitais de Londres, que agora têm mantido transfusões sanguíneas graças a doações e estagiários voluntários convocados emergencialmente.

A suspeita dos investigadores e da comunidade hacker é de que os ciberataques que afetam os serviços de saúde londrinos da rede Synnosis desde o domingo da semana passada (3) são de autoria de cibercriminosos russos de um grupo chamado Qilin.

Enquanto negocia o pagamento ou outra solução para obter os dados sequestrados, a Synnovis, empresa que presta serviços de patologia para hospitais do NHS, o sistema de saúde público britânico, tem apelado para doações de sangue e a ajuda de estagiários da área médica para manter as transfusões de sangue. Contudo, cirurgias e exames de sangue continuam temporariamente parados.

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O NHS Blood and Transplant, órgão público responsável pelas doações de sangue, vem pedindo aos doadores do tipo sanguíneo "O" (com fator Rh positivo e negativo) marquem horário, pois é um tipo de sangue seguro para todos os pacientes.

Expediente em dobro devido ao rapto de dados

O ataque cibernético vindo do grupo Qilin afetou os serviços prestados pelo King ’s College Hospital NHS Foundation Trust, bem como pelo Guy’s e St Thomas’ NHS Foundation Trust. O ransonmware, de acordo com um porta-voz da Synnovis ouvido pela BBC, vem tendo um “impacto significativo” na prestação de serviços nos hospitais Guy’s e St Thomas, no King’s College Hospital NHS Foundation Trusts e nos atendimento de cuidados primários no sudeste de Londres, acrescentou o profissional.

Os hospitais Royal Brompton e Harefield, renomados centros cardíacos e pulmonares no Reino Unido, também teriam sido afetados. Dessa forma algumas consultas foram canceladas e os pacientes foram redirecionados com pouca antecedência, o que causado uma grande movimentação extra na região.

O professor Stephen Powis, diretor médico do NHS England, o serviço público de saúde da Inglaterra, disse que os funcionários estavam se "desdobrando para minimizar o transtorno significativo para os pacientes" causado pelo ataque cibernético.

Com o ataque digital, os hospitais da Synnovis mais alvejados estão atualmente desconectados e, em entrevista à BBC Radio 4, Ciaran Martin, que atuou como primeiro CEO do Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido (NCSC), atribuiu o ataque ao grupo de ransomware Qilin e chamou-o de “um dos incidentes cibernéticos mais desagradáveis ​​e impactantes no Reino Unido nos últimos anos.”

Os casos de ransomware vêm aumentando bastante nas redes públicas e privadas. Quando há ainda uma fiscalização e uma investigação em andamento, as informações são escassas, pois qualquer interferência pode atrapalhar. Por enquanto, as autoridades apenas dizem que os serviços de saúde prestados pela rede seguem desligados por tempo indeterminado.

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