O vídeo de um “mar congelado” na região da Patagônia Argentina viralizou nesta semana, com imagens que mostram o que parecem ser ondas paralisadas pela ação do tempo. No entanto, o fenômeno pode ser explicado por uma junção de fatores climatológicos, que são relativamente comuns para algumas regiões do planeta.
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O que as imagens realmente mostram não são ondas que congelaram instantaneamente, e sim a ondulação natural do mar em regiões costeiras. Afinal, em condições do tempo consideradas “comuns”, o sal presente na água impediria a criação de cristais do gelo.
Além disso, não é possível que ondas congelem de forma instantânea, já que o constante movimento da água “quebra” o processo lento que é a transição do estado líquido para o sólido.
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No entanto, condições ideais permitem que o sal seja “expulso” da composição da água, o que permite a formação das superfícies congeladas mostradas no vídeo. As características climáticas necessárias para isso incluem:
- Localização costeira, rasa e isolada
- Temperaturas da água abaixo de 0 °C, geralmente entre −2 °C e −3 °C
- Temperatura ambiente baixa
- Ausência de vento
- Águas calmas, sem ondas
A espessura dessa camada tem cerca de 15 a 20 centímetros. No entanto, ela é relativamente volátil, e costuma se desfazer assim que as condições não são tão favoráveis — o que normalmente ocorre em questão de dias ou semanas.
Mesmo que o vídeo tenha chamado a atenção, o fenômeno é relativamente comum, especialmente em locais de altas latitudes — ou seja, perto do Ártico e da Antártica. No entanto, não é tão habitual na região da Patagônia, onde o acontecimento tinha sido registrado pela última vez em 2020.
Segundo a MetSul Meteorologia, a temperatura medida na Patagônia chegou a patamares entre −10 °C a −15 °C, o que também pode ser considerado essencial para a aparição do “mar congelado”.
O fenômeno ainda pode ser relacionado com o El Niño, que associado às mudanças climáticas causa alterações na circulação atmosférica e aumentar a ocorrência de nevascas.
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