Loja da Xiaomi no Shopping Ibirapuera, em São Paulo
Divulgação/Xiaomi
Loja da Xiaomi no Shopping Ibirapuera, em São Paulo

A chinesa Xiaomi lança tantos celulares, que acaba sendo difícil acompanhar todas as novidades da marca. O fato é que essa estratégia funciona: os resultados financeiros mostram que a companhia fechou 2021 com uma base global de quase 510 milhões de usuários e lucro líquido 70% maior em relação ao ano anterior.

190 milhões de celulares

Em grande parte, esses números foram possíveis porque a Xiaomi distribuiu 190,3 milhões de smartphones em 2021, quantidade 30% maior na comparação com 2020 — trata-se de um recorde para a empresa.

Se até um passado recente a Xiaomi era vista como uma marca de celulares baratos (e, portanto, não muito sofisticados), hoje, a companhia consegue ocupar um bom espaço no segmento premium: das 190,3 milhões de unidades vendidas em 2021, 24 milhões correspondem a aparelhos avançados, um crescimento de 160% sobre o ano anterior.

Há boas razões para a Xiaomi celebrar esses números. Para começar, o segmento premium é mais rentável. Além disso, as 24 milhões de unidades indicam que a companhia está conseguindo implementar a estratégia global de ser uma marca que atende a múltiplos públicos.

Eis o efeito: a Xiaomi encerrou 2021 com 508,9 milhões de usuários ativos mensais da MIUI (a interface de seus dispositivos Android), número 28,4% maior do que a quantidade registrada em 2020.

Que conste que a China continua sendo um mercado importantíssimo para a Xiaomi — 130 milhões dos usuários da MIUI estão nesse país —, mas a expansão das vendas internacionais responde por boa parte desses números.

Na América Latina, por exemplo, o crescimento da marca foi assombroso. A companhia não revelou quantos celulares enviou para a região, mas afirmou que essa quantidade cresceu 94% na comparação ano a ano.

Lucro quase 70% maior

O ano de 2021 foi desafiador para muitas empresas por causa da pandemia de Covid-19. Para a Xiaomi não foi diferente. Apesar disso, os números citados anteriormente fizeram a companhia fechar 2021 com uma receita de 328,3 bilhões de yuans (R$ 247 bilhões, aproximadamente), crescimento de 33% na comparação ano a ano.

Já o lucro líquido ajustado ficou em R$ 22 bilhões de yuans (na conversão, quase R$ 17 bilhões), valor que representa um aumento de 69,5% em relação ao montante registrado em 2020.

Apesar de ser mais conhecida por seus celulares, a Xiaomi produz uma grande diversidade de dispositivos. Não é à toa que a divisão de internet das coisas da companhia — inclui smart TVs, smartwatches e roteadores, por exemplo — cresceu 33,6% em relação a 2020: a plataforma AIoT (de inteligência artificial e internet das coisas) da Xiaomi encerrou 2021 com 434 milhões de dispositivos conectados. Essa divisão gerou uma receita de 85 bilhões de yuans (quase R$ 65 bilhões), montante que corresponde a um crescimento de 26,1% sobre 2020.

Xiaomi quer continuar crescendo, inclusive com anúncios

É óbvio que a Xiaomi quer continuar crescendo. Para tanto, a companhia pretende investir mais de 100 bilhões de yuans (R$ 75 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento nos próximos cinco anos.

Somente em 2021, 13,2 bilhões de yuans (R$ 10 bilhões) foram direcionados a essa área. Graças a esses esforços, a Xiaomi conseguiu se aventurar até no segmento de robótica, com destaque para o  anúncio do cão-robô CyberDog em agosto daquele ano.

Também podemos esperar que a Xiaomi continue lançando vários smartphones em 2022, obviamente, e siga apostando na estratégia de veicular anúncios na MIUI. Eles podem ser irritantes para os usuários, mas geram receita para a empresa: foram 18,1 bilhões de yuans (R$ 13,5 bilhões) com esse tipo de publicidade apenas em 2021.

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