Buscando uma participação maior entre adolescentes, o Facebook anunciou a compra do tbh (sigla para "to be honest" ou "para ser honesto"), aplicativo de troca de mensagens anônimas, semelhante ao Secret e ao Sarahah . O foco, no entanto, está na positividade do app, que estimula elogios. Por meio de uma sincronização com a lista de contatos, a plataforma permite que os usuários apontem os contatos que mais se encaixam em perguntas como "Qual a melhor pessoa para levar a uma festa?" e "Quem é mais honesto?".
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Disponível apenas para iOS, o tbh cria perguntas com quatro opções de resposta, isto é, quatro contatos. O app conta com 5 milhões de downloads e 2,5 milhões de usuários ativos. Desde agosto, quando foi liberado em mais cidades dos Estados Unidos, cerca de um bilhão de perguntas foram respondidas pelos usuários. O valor da aquisição feita pelo Facebook não foi anunciado, mas segundo informações do site "TechCrunch", o acordo foi de menos de US$ 100 milhões (cerca de R$ 317 milhões).
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O valor é relativamente baixo se comparado às compras de aplicativos mais conhecidos. O Instagram, por exemplo, foi adquirido em 2012 por cerca de US$ 1 bilhão. Em 2014, o WhatsApp foi comprado por incríveis US$ 19 bilhões. Como parte do acordo, os fundadores do tbh – Nikita Bier, Erik Hazzard, Kyle Zaragoza e Nicolas Ducdodon – e sua equipe continuarão operando de forma independente, mas passarão a trabalhar na sede do Facebook, onde terão uma verba maior e apoio de outros profissionais.
"Percebemos que compartilhávamos muitos dos valores sobre conectar pessoas por meio de interações positivas. Acima de tudo, estamos compelidos pelas formas como eles podem ajudar a tornar realidade a visão da tbh e levá-la a mais pessoas", disse a equipe do app sobre o acordo. A experiência dos usuários já cadastrados na plataforma não deve mudar, mas novos recursos poderão ser apresentados em breve.
Esta não é a primeira tentativa do Facebook de se aproximar dos usuários mais jovens. Após negociações fracassadas pela compra do Snapchat , a empresa levou as publicações temporárias para seus principais serviços e chegou a criar aplicativos voltados para esse público. Em agosto de 2016, a companhia lançou o Lifestage , uma rede social em que os usuários precisavam estar matriculados em alguma escola e ter menos de 21 anos.
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Apresentado sem muito alarde, o projeto foi descontinuado pelo Facebook em agosto deste ano. Há poucos meses, outra tentativa foi realizada com o Bonfire , semelhante ao Houseparty , aplicativo de chamadas de vídeo em grupo que se tornou bastante popular na App Store dos EUA, que ainda não decolou. Como lembra o "TechCrunch", é interessante notar que desta vez, a empresa tenha optado pela compra, em vez de criar uma espécie de clone para o serviço.