O Facebook vai divulgar um vídeo na televisão e nos cinemas americanos até o mês de julho no qual mostra quão ruim a rede social ficou com o passar dos anos e promete uma "volta às origens" aos usuários. Com uma música triste de fundo e uma sensação saudosista no ar, o novo posicionamento da rede social de Mark Zuckerberg quer recuperar parte do prestígio que a empresa perdeu após se envolver em polêmicas recentemente.
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A volta às origens, porém, é um pouco de exagero conveniente por parte do Facebook . Isso porque a rede não voltará a servir para avaliar a beleza de garotas de Harvard como era quando Zuckerberg criou o "livro de faces" direto do dormitório da faculdade. O que o anúncio quer dizer com a promessa de retorno ao passado diz respeito à volta da prioridade de conectar pessoas com pessoas (e não empresas) e de destacar o conteúdo compartilhado por seus amigos.
O anúncio também deixa claro que a "nova velha versão" da rede social vai incluir uma camada extra de proteção aos dados dos usuários. Veja o vídeo abaixo:
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Facebook contra-ataca
A nova campanha de comunicação da empresa faz parte de uma estratégia maior para conter a sangria causada pelos escândalos que o Facebook se envolveu recentemente. Depois que a rede social admitiu que mais de 87 milhões de usuários tiveram seus dados acessados , vendidos e utilizados pela Cambridge Analytica, a empresa liderada por Zuckerberg chegou a perder US$ 50 bilhões em dois dias .
O escândalo provocou uma série de investigações sobre o Facebook mundo afora. O próprio governo brasileiro pediu explicações sobre o vazamento de dados de 443.117 usuários brasileiros à rede social. Com os depoimentos prestados por Zuckerberg por dois dias consecutivos no Congresso americano, a imagem da empresa voltou a ser recuperada lentamente.
Isso não foi suficiente, porém, para que a desconfiança dos usuários em geral fosse superada. Em pesquisa realizada recentemente pelo MIT , o valor que os americanos atribuíram ao Facebook em 2017 era de US$ 40/mês. Um ano antes, esse valor era de US$ 50/mês.
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Além disso, em uma outra pesquisa realizada pelo SurveyMonkey e pelo Recode apenas 10% dos americanos indicou o Facebook como empresa que mais impacta positivamente a sociedade, atrás de outras concorrente do setor como Amazon, Google e Apple.