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Drones já ajudaram a resgatar 124 pessoas no mundo inteiro. Primeiro caso aconteceu na Represa de Guarapiranga
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Drones já ajudaram a resgatar 124 pessoas no mundo inteiro. Primeiro caso aconteceu na Represa de Guarapiranga

Ao menos 65 pessoas já foram resgatadas com ajuda de  drones no último ano. Essa é a principal conclusão apontada no relatório "Mais vidas salvas: um ano de resgate feitos por drones em todo o mundo", divulgado nesta segunda-feira (21) pela DJI, empresa que produz e comercializa os equipamentos no mundo inteiro. Esse número, combinado com os coletados pelo relatório do ano anterior dão conta de que pelo menos 124 pessoas já foram salvas com a ajuda dessa tecnologia.

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O relatório que reúne registros obtidos a partir de agências de notícia e de segurança pública em todo o mundo revela que equipes de emergência , policiais, bombeiros e guardas salva-vidas realizaram pelo menos 27 salvamentos através dos drones, nos cinco continentes. No Brasil, o primeiro caso registrado ocorreu em fevereiro desse ano.

Na ocasião, um paraquedista caiu no meio da Represa de Guarapiranga , em São Paulo, e precisou de ajuda para não se afogar com o peso do equipamento molhado. Antes que um barco conseguisse de aproximar do local, um drone operado pela Guarda Civil Metropolitana, em parceria com o Corpo de Bombeiros, foi acionado e lançou uma boia para que o banhista conseguisse flutuar. Além disso, gravou todo o resgate. Veja:

Em outro caso, dessa vez em Linconlnshire, na Inglaterra, a policia local atendeu a um chamado de um acidente automobilístico em uma estrada rural escura e fria, mas não obteve sucesso nas buscas pelo condutor desaparecido. Sendo assim os policiais utilizaram um drone equipado com câmera e sensor térmico para conseguir rastrear uma área maior por cima e localizar o motorista, desacordado, dentro de uma vala, longe do local do acidente. Veja o vídeo divulgado pela DJI, responsável pelo equipamento:

 Em média, mais de um pessoa foi resgatada por semana com ajuda de um drone durante o último ano. Além do lançamento de bóias para banhistas perdidos no mar ou no rio, os equipamentos controlados remotamente ajudam a acessar locais difíceis de mata fechada ou montanhosos e ainda ajudam as equipes de resgate a localizar pessoas em áreas muito extensas, o que seria difícil e caro de fazer por terra.

O vice-presidente de políticas e assuntos jurídicos da DJI, responsável pelo relatório, Brendan Schulman, afirmou que "os drones oferecem às equipes de resgate um meio para encontrar pessoas perdidas, entregar suprimentos como água e coletes salva-vidas e reduzir o tempo de busca e resposta para minutos".

Ele ainda defendeu o uso dessa tecnologia para economizar recursos e oferecer mais seguranças às vítimas e socorristas. "Quando as leis e regulamentações permitem que os órgãos de segurança pública implementem facilmente o uso de drones, as equipes de resgate podem poupar tempo e dinheiro, proteger seu pessoal e, vale destacar, resgatar pessoas em perigo", encerra.

Drones para o mau?

O uso de drones para fins policiais e militares, no entanto, também tem causado polêmicas. Recentemente, uma parceria feita entre o Google e o Pentágono gerou bastante repercussão nos Estados Unidos e agora começa a ganhar o mundo.

Tudo começou quando, em fevereiro, a gigante de tecnologia confirmou que tinha feito um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos onde concedia acesso a sua biblioteca de código aberto para machine learning de modo a melhorar a identificação de objetos e pessoas em imagens capturadas pelos drones das forças armadas.

O Project Maven foi duramente criticado por funcionários da empresa que chegaram a enviar uma carta com mais de 3.000 assinaturas pedindo para que o Google interrompesse os seus "negócios de guerra" . Segundo eles, esse tipo de acordo ia contra uma das principais diretrizes da empresa de trabalhar sempre em prol do bem-estar geral. Para tentar sensibilizar os superiores eles chegaram a citar um dos motes fixados na parede dos escritórios do Google nos Estados Unidos que diz "don't be evil", que significa "não seja mau".

Funcionários chegaram a usar o famoso mote da companhia
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Funcionários chegaram a usar o famoso mote da companhia "Don`t be evil" para tentar sensibilizar os chefes.

Como a pressão interna não funcionou,  pelo menos 12 funcionários do Google que participavam do projeto perdiram demissão na última semana em protesto, alegando conflitos éticos e afirmando que não queriam que seus conhecimentos fossem usados para ajudar "a matar pessoas."

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Um dos empregados, que não quis se identificar, declarou que "em algum momento, percebi que sabendo o que eu sei, não poderia, de boa vontade, recomendar que alguém entrasse para o Google e então percebi que, se não posso recomendar às pessoas que trabalhem aqui, por que devo continuar?"

O Google, por sua vez, ainda não se pronunciou sobre a recisão contratual dos funcionários, mas já tinha se defendido antes dizendo que o uso da inteligência artificial em aplicações militares faria com que a precisão dos ataque aéreos e, mesmo dos terrestres, aumentassem, o que faria com que a tecnologia, na verdade, ajudasse a prevenir a morte de pessoas inocentes em áreas de conflito.

Mesmo assim, após a demissão coletiva, uma nova carta aberta endereçada aos principais executivos do Google está sendo elaborada. Dessa vez, porém, ela está sendo assinada por cerca de 400 especialistas, pesquisadores e acadêmicos de várias partes do mundo.

Drones para o bem?

Enquanto a questão com os militares não se resolve, civis também estão fazendo uso cada vez maior de drones no seu dia a dia.

Num caso recente que se disseminou pela internet, um filhote de cachorro foi resgatado de um córrego, em Nova Déli, na Índia , onde caiu através de uma fenda e lá permaneceu por dois dias sem conseguir sair até que um engenheiro que passava pelo local ouviu seus "latidos de ajuda" e resolveu usar seus conhecimentos tecnológicos para resgatar o animal com o auxílio de um drone projetado especialmente para isso.


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Após o resgate aéreo com um dos  drones mais bem equipados de que já se teve notícia (contava até com sensor de batimentos cardíacos e uma "mão mecânica" especial), a história do animal teve final feliz já que ele acabou sendo adotado pelo engenheiro socorrista e batizado de Lifted, algo como "elevado" em inglês.

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