Começa nesta quinta-feira (16) a divulgação oficial da propaganda eleitoral e, de acordo com especialistas entrevistados pela Agência Brasil, o papel da internet nessas eleições será mais decisivo do que nunca, apresentando uma nova maneira de se fazer campanha eleitoral no País.
Os pesquisadores explicam ainda que, diferente da televisão e do rádio, que veiculam o horário eleitoral gratuito, na internet, a comunicação com eleitores é individualizada e interativa, permitindo ao eleitor comentar ou encaminhar o conteúdo de campanha eleitoral . Enquanto que nos canais abertos de TV e estações de rádio, essa interação não é viável.
Diante desse cenário, o estatístico e doutor em psicologia social, Marcos Ruben, aponta que as mensagens de conteúdo eleitoral encaminhadas por meio de plataformas como o Facebook e o WhatsApp serão mais influentes do que aquelas vistas na televisão.
Complementando o raciocínio, o coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Fábio Gouveia, diz que os usuários “assumem papel de filtros disseminadores”, ou seja, com o poder de repassar ou reter as mensagens com quem estão conectados.
Para o professor titular do Instituto de Psicologia da USP, Christian Dunker, a internet também pode assumir um papel educacional nesse contexto, uma vez que a tecnologia viabiliza a informação de uma forma mais crítica para uma grande camada da população que estava excluída do debate político.
Dunker pontua que “isso [internet] ajuda a entender as formas de tratamento, usos de imagem, estratégias de retórica intimidativa e bipolarizando [hoje verificados] que eram menos acessíveis quando tínhamos a campanha baseada na televisão”.
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Maior papel da internet na campanha eleitoral e os custos
As temíveis fake news , deformação de mensagens, difamações generalizadas e manifestações de ódio e intolerância podem ser potencializadas este ano, apontam os pesquisadores da área.
Além disso, o especialista em gestão de crises de imagem, Mário Rosa, atenta que o disparo no WhatsApp não pode ser monitorado. “Podem atacar e não vai dar para saber qual a origem dos ataques. O objetivo da campanha eleitoral não é informar, mas convencer”, alertou.
Em relação às consequências, Christian Dunker não afasta a possibilidade, especialmente ao fim da campanha, de serem divulgados fatos políticos que possam “vampirizar candidaturas e interferir nos resultados”.
Para se ter uma ideia sobre quantas pessoas podem ser influenciadas pela internet durante a campanha eleitoral , há pelo menos 127 milhões de brasileiros no Facebook, enquanto que o WhatsApp conta com mais de 120 milhões de usuários.
*Com informações da Agência Brasil