A maior parte desses jovens (65%) disse ser influenciada por consumidores reais para fazer suas compras, enquanto apenas 8% levam a opinião de influenciadores digitais em consideração
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A maior parte desses jovens (65%) disse ser influenciada por consumidores reais para fazer suas compras, enquanto apenas 8% levam a opinião de influenciadores digitais em consideração

Apesar de conectados, os brasileiros na faixa de 18 a 32 anos ainda não confiam plenamente na internet para fazer transações financeiras. Pelo menos é o que mostra a pesquisa Jovens Transformadores realizada pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP).

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O levantamento, que entrevistou 1,2 mil jovens em todo o país, mostrou que menos da metade dessa população (47%) acessa sua conta corrente pela internet. Cerca de um terço (35%) não usa o celular para nenhum tipo de transação e 39% não se sentem confortáveis em disponibilizar seus dados para fazer compras online.

Outros hábitos ainda permanecem mais analógicos do que digitais. A maior parte desses jovens (65%) disse ser influenciada por consumidores reais para fazer suas compras, enquanto apenas 8% levam a opinião de influenciadores digitais em consideração.

Segundo o diretor executivo do CIP, Jacques Meir, isso acontece porque a internet ainda é vista mais como uma forma de mídia do que um ambiente virtual amplo. “A relação do brasileiro com a internet ainda é derivada da experiência com a televisão. Eles veem a internet como uma ferramenta de comunicação e entretenimento, por isso desconfiam de uma imersão digital mais profunda”, explicou.

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Os jovens e o trabalho

Mais da metade dos jovens entrevistados (56%) disse que gostaria de trabalhar em uma empresa que incentive a geração de ideias e melhorias
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Mais da metade dos jovens entrevistados (56%) disse que gostaria de trabalhar em uma empresa que incentive a geração de ideias e melhorias

O estudo também levantou as percepções da juventude sobre o trabalho . Mais da metade dos entrevistados (56%) disse que gostaria de trabalhar em uma empresa que incentive a geração de ideias e melhorias, 45% em um lugar que permita a comunicação aberta e transparente e 38% em organizações com políticas de igualdade e inclusão.

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“A questão do trabalho é, hoje, um grande conflito para esses jovens”, disse Meir. “Eles encaram a maneira como trabalham com alguma insatisfação, e isso tem muito a ver com as transformações pelas quais a sociedade tem passado”, completou o diretor executivo da CIP.

Segundo Meir, é também por isso que essas pessoas são mais engajadas com os temas da agenda política. Os direitos das minorias em sentido amplo (LGBTs, imigrantes e negros, por exemplo) são defendidos pela maior parte dos entrevistados (64%), e outros 75% se dizem envolvidos em causas ambientais.

Sobre as empresas, 55% opinaram que elas têm o lucro como único interesse e 36% não acreditam que as organizações estão empenhadas em melhorar a sociedade. Os negócios que promovem o compartilhamento de bens e serviços, a chamada economia compartilhada, são vistos como algo que traz impacto positivo no mundo por 70% dos jovens.

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Essas características tendem, de acordo com Meir, a provocar mudanças na forma com que esses jovens se relacionam com o trabalho. “É o que mais merecerá a atenção das empresas nos próximos anos: a reinvenção do trabalho. De que maneira poderemos acomodar essa mão de obra numa atmosfera de substituição digital, pouca qualificação e muita aspiração ao que traz algum propósito?”, questiona.


*Com informações da Agência Brasil

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