Uma tendência que tem crescido no ramo tecnológico é o número cada vez maior de câmeras de celular. Os aparelhos estão surgindo com lentes triplas ou até mesmo quádruplas, o que tem conquistado atenção pela excentricidade. No entanto, isso tem gerado dúvida entre os usuários. Será que a frase "quanto mais, melhor" se aplica neste contexto?
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Segundo o professor de Tecnologia e Inovação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Arthur Igreja, essas múltiplas câmeras de celular funcionam como a troca de lentes normalmente feita pelo fotógrafo profissional. “Mais do que tentar aumentar a resolução, elas têm propósitos diferentes”, explica o professor.
Mayra Sasso, professora de User Experience e User Interface Design da Ironhack, escola de tecnologia e programação que chegou ao Brasil em 2018, comenta a funcionalidade das múltiplas lentes: “Cada uma delas possui uma função específica, necessária para simular cada vez mais uma câmera com lentes profissionais. Profundidade, zoom, ângulos, luz, resolução”.
Mas, afinal: vale a pena investir em múltiplas câmeras de celular?
Uma vez que se deparam com essa novidade do mercado, os usuários se veem perdidos em meio a tantas informações, e acabam não sabendo se é uma compra válida.
Questionada se vale a pena ou não a compra de um celular com essa quantidade de lentes, Mayra opina: “Para quem faz muitas fotos e vídeos, é um excelente recurso. Quem já viu a comparação entre fotos, sente o quão notável é a diferença. Sem contar os vídeos com boas resoluções, permitindo filmar até com pouca luz”.
Por outro lado, Arthur comenta: “Normalmente, os aparelhos com mais câmeras são mais caros. Então é importante o usuário fazer uma busca, porque três lentes não são necessariamente melhores que duas”.
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Quantas câmeras de celular são realmente necessárias?
Para Arthur, apenas o número de câmeras, por si só, não funciona como um comparativo. O usuário deve se atentar ao que essas lentes podem fazer especificamente, e se isso é realmente utilizado.
Comprar um celular que pode capturar imagens em um ambiente pouco (ou nada) iluminado pode não ser de grande utilidade se o costume da pessoa é tirar fotos durante o dia, por exemplo. “É importante entender o tipo de foto que o celular tira”, Arhur acrescenta.
O professor ainda alerta os usuários: “Há fabricantes de baixa qualidade usando exatamente esse argumento. Se as quatro forem de baixa qualidade, não resolve absolutamente nada. Então é importante o usuário olhar exemplos de fotos tiradas com aquele celular, e principalmente entender o tipo de foto que ele tira”.
O que podemos esperar do futuro dessa tecnologia?
De acordo com Mayra, os desenvolvedores ainda não estão satisfeitos, sobretudo com os recursos de vídeos. Há muito ainda o que fazer. Veremos também evolução das telas, pois a análise de uma foto de qualidade fica muito mais eficaz em telas maiores. As empresas já estão testando a aplicação de telas dobráveis e com maior resolução.
“O público gosta de novas funcionalidades que melhoram o desempenho do smartphone . No caso das câmeras, ela possibilita produzir e postar melhores fotos nas mídias sociais”, afirma.
“Mas, por outro lado, as empresas desenvolvedoras não estão deixando outras alternativas. Se quiser ter o melhor celular terá que levar junto as câmeras, mesmo que não seja uma questão primordial para o consumidor”, Mayra conclui.
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Arthur compartilha do mesmo ponto de vista que Mayra, e ressalta o crescimento dessa tendência de múltiplas lentes: “Agora a corrida é por colocar mais e mais câmeras de celular . A indústria está tentando se reinventar. O smartphone melhora linearmente faz tempo”.