O modelo é ultrapassado, um netbook Samsung NC10 com tela de 10,2 polegadas lançado há mais de uma década. O sistema operacional é o Windows XP, que não recebe atualizações desde 2014. Mas a máquina, batizada como “The Persistence of Chaos” (A persistência do caos), foi leiloada por US$ 1,345 milhão, cerca de R$ 5,4 milhões, graças aos arquivos que carrega: seis dos vírus mais destrutivos já criados, que geraram prejuízos estimados em US$ 95 bilhões.

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Computador com vírus é, na verdade, considerado uma obra de arte
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Computador com vírus é, na verdade, considerado uma obra de arte

O “The Persistence of Chaos” foi criado pelo artista Guo O Dong, como uma forma de expressar de forma física as abstratas ameaças cibernéticas. Em entrevista ao site The Verge , ele explicou que, apesar dos vírus , o computador é completamente inofensivo, desde que fique completamente isolado, sem conexões com a internet ou com as portas de entrada. Por esse motivo, quando for entregue ao comprador ele terá as entradas e conexões desabilitadas.

"Nós temos essa fantasia de que coisas que acontecem nos computadores não podem realmente nos afetar, mas isso é um absurdo", explicou Guo O Dong. "Vírus que afetam redes de distribuição elétrica ou infraestruturas públicas podem causar danos diretos".

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Os seis malwares foram selecionados pela magnitude dos danos financeiros provocados. O mais devastador é o worm MyDoom, identificado em janeiro de 2004, que gerou prejuízo de US$ 38 bilhões. Sua atuação como malware que se espalhou por e-mails infectados é parecida com a do SoBig, também no “The Persistence of Chaos”, que gerou danos de US$ 37 bilhões.

O ILOVEYOU infectou mais de 50 milhões de computadores , número impressionante para o ano 2000, quando foi identificado. Ao todo, as perdas estimadas foram de US$ 15 bilhões, sendo US$ 5,5 bilhões apenas na primeira semana.

Também estão na obra de arte de Guo O Dong o ransomware WannaCry, que gerou prejuízos de US$ 4 bilhões; o malware bancário DarkTequila; e o BlackEnergy, que provocou um apagão na Ucrânia em 2015.

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"O WannaCry provocou perdas equivalentes a US$ 100 milhões ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido e levou a cancelamentos de dezenas de milhares de consultas médicas", pontuou Guo O Dong. "Não é exagerado dizer que isso causou danos humanos significativos, embora seja difícil mensurar os efeitos até os pacientes".

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