A ex-engenheira do Google Kathryn Spiers entrou com uma reclamação contra a empresa no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos (NLRB, na sigla em inglês). As informações são do site InfoMoney.
Ela alega que sua demissão, no último dia 13, foi injusta. Kathryn foi
desligada do Google após modificar, sem autorização prévia, uma ferramenta interna para informar os funcionários
sobre seus
direitos trabalhistas.
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“O Google não é uma companhia tradicional, colocar um cartaz com a nota na cafeteria não é nem de longe uma maneira efetiva
de notificar seus funcionários”, afirmou Kathryn em entrevista ao site Business Insider.
Entenda
A ferramenta alterada pela engenheira servia, inicialmente, para informar sobre a segurança interna da companhia. Ela funcionava por meio de uma extensão do Google Chrome para uso exclusivamente interno.
Após a modificação, a extensão passou a enviar mensagens sobre quais são e como funcionam os direitos trabalhistas da equipe do Google, por meio de pop-ups.
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Ela também salientava a declaração do Google
de que empregados podem se organizar em coletivos para discutirem diversas questões laborais sem sofrer represálias.
Em setembro deste ano, um órgão governamental havia determinado que o Google informasse seus funcionários sobre direitos laborais, o que gerou a declaração oficial da empresa.
Além da aparecer para os colegas, o alerta de Kathryn também era visível no site de uma outra empresa não identificada envolvida em tentativas de enfraquecimento de sindicatos .
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A funcionária trabalhava na parte de segurança da informação do Google. Ela foi suspensa horas após a modificação ter sido descoberta e demitida em seguida.
Alegações dos dois lados
A engenheira entrou com uma reclamação contra o Google no NLRB três dias após a demissão (16) alegando que tinha plena autoridade para usar o sistema interno e alertar os funcionários sobre as políticas internas da empresa.
Ela também afirmou que não esperava ser demitida por isso.
Já o Google
afirmou que a funcionária foi demitida por alterar sem
autorização
uma ferramenta interna da companhia, o que fere diretamente as suas políticas internas
, e não em função do conteúdo da mensagem.
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“A questão é que uma engenheira de segurança usou de maneira indevida uma ferramenta de segurança e privacidade para criar um pop-up que não era sobre segurança ou privacidade”, afirmou uma porta-voz do Google em entrevista à agência Reuters.
“Esta pessoa fez isso sem autorização e sem justificativa do ponto de vista de negócios”, acrescentou.
Cinco funcionários demitidos
Em novembro de 2019, o Google já havia demitido quatro funcionários por violação de suas políticas de segurança de dados. Eles argumentaram, no entanto, que foram retaliados por tentar organizar trabalhadores .
Mesma alegação que Kathryn fez ao NLRB. Com isso, foram cinco funcionários demitidos da companhia em menos de 30 dias .
A entidade sindical norte-americana Trabalhadores de Comunicações da América (CWA, na sigla em inglês), enviou uma queixa ao NLBR sobre as cinco demissões consideradas arbitrárias.
Segundo a manifestação da CWA, as demissões foram ilegais porque visaram impedir funcionários de reivindicar o direito
de participarem de atividades organizadas e coletivos trabalhistas.