O TikTok ameaçou nesta sexta-feira (7) iniciar ações legais nos tribunais dos Estados Unidos contra a decisão do presidente Donald Trump de proibir o aplicativo no país.
O presidente americano anunciou nesta quinta-feira que TikTok e WeChat , dois aplicativos símbolos da tecnologia digital chinesa, devem interromper as operações nos Estados Unidos em um prazo de 45 dias.
"Nós vamos buscar todas as soluções disponíveis para assegurar que o estado de direito não seja descartado e que nossa empresa e nossos usuários sejam tratados de maneira justa - se não pela administração, então pelos tribunais dos Estados Unidos", afirma o TikTok em um comunicado.
A empresa afirma estar "chocada" com a atitude de Trump. "Estamos chocados com a recente Ordem Executiva, que foi emitida sem qualquer processo devido."
O comunicado diz que, ao longo de quase um ano, a companhia procurou "se envolver de boa fé com o governo dos EUA para fornecer uma solução construtiva para as preocupações que foram expressas."
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"O que descobrimos foi que o governo não prestou atenção aos fatos, ditou termos de um acordo sem passar por processos legais padrão e tentou se imiscuir em negociações entre empresas privadas", acrescenta.
Recado para usuários
O TikTok diz ainda que a ordem executiva de Trump corre o risco de "minar a confiança das empresas globais no compromisso dos Estados Unidos com o estado de direito, que serviu como um ímã para investimentos e estimulou décadas de crescimento econômico americano. E estabelece um precedente perigoso para o conceito de liberdade de expressão e mercados abertos".
O app finaliza a nota exortando seus usuários nos EUA a protestarem contra a decisão. "Queremos que os 100 milhões de americanos que amam nossa plataforma saibam: o TikTok nunca vacilou e nunca vacilará em nosso compromisso com vocês. (...) Como usuários, criadores, parceiros e familiares do TikTok, vocês têm o direito de expressar suas opiniões aos seus representantes eleitos, incluindo a Casa Branca. Vocês têm o direito de ser ouvidos".
Com a proibição decretada por Trump, que também baniu a WeChat, da chinesa Tencent , as ações desta última caíram mais de 10% na aberturra dos mercados em Hong Kong e a fizeram perder US$ 70 bilhões em valor de mercado. (A ByteDance , dona do TikTok, ainda não fez uma oferta pública inicial de ações.)
Pequim fala em 'repressão política'
A China denunciou nesta sexta-feira o que considera "manipulação e repressão políticas" dos Estados Unidos pela proibição dos aplicativos chineses.
O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wengbin, acusou Washington de "colocar interesses egoístas acima dos princípios de mercado e da norma internacional".
O Estados Unidos "fazem uma manipulação e uma repressão política arbitrárias que só podem levar ao seu próprio declínio moral e prejudicar sua imagem", acrescentou.
Donald Trump alegou "urgência nacional" no caso do aplicativo de vídeos TikTok , muito popular entre os adolescentes, que Washington acusa, sem apresentar provas, de espionar os usuários americanos em benefício de Pequim.