Mark Zuckerberg , CEO do Facebook , se reuniu nesta sexta-feira (19) com representantes do governo da Austrália a respeito do projeto de lei que quer obrigar empresas de tecnologia a pagar veículos de mídia pelo uso de notícias. Na quinta-feira (18), o Facebook decidiu banir notícias da rede social após se recusar a entrar em um acordo com o país.
O primeiro-minsitro australiano, Scott Morrison, disse que o país não vai ser curvar a "ameaças". Políticos avaliam que a medida tomada pelo Facebook, que impede usuários australianos de acessarem notícias desde ontem foi equivocada.
O ministro australiano das Finanças, Josh Frydenberg , afirmou que conversou com Zuckerberg e que as negociações entre país e empresa devem prosseguir no final de semana.
"Nós falamos sobre assuntos que persistem e concordamos que nossas respectivas equipes devem analisá-los imediatamente", escreveu o ministro no Twitter.
Entenda o caso
A discussão toda gira em torno de um projeto de lei australiano que prevê que as gigantes de tecnologia paguem para veicular notícias. Google e Facebook estavam na mira da Austrália, mas a primeira aceitou um acordo.
Na quarta-feira (17), o Google fechou um acordo histórico com grupos de mídia locais para realizar pagamento pelos conteúdos utilizados para lucro publicitário.
Já o Facebook se recusou a fazer qualquer tipo de acordo e proibiu as notícias em sua plataforma na Austrália. Com a decisão, notícias de sites australianos não poderão ser acessadas na rede social em todo o mundo.
A empresa alegou que tem "relação diferente com notícias" quando comparada com o Google, e que elas representam menos de 4% de tudo o que os usuários veem no Facebook.
"[Essa legislação] nos deixou diante de uma escolha difícil: tentar aplicar uma lei que ignora as realidades desse relacionamento ou deixar de permitir conteúdo de notícias nos nossos serviços da Austrália. E é com pesar que escolhemos a última", diz o comunicadodo Facebook.
"O bloqueio a páginas do governo - com informação de apoio durante a pandemia, sobre saúde mental, serviços de emergência ou o bureau de meteorologia - não têm nada a ver com o código de negociação para a mídia. Não seremos intimidados", disse Frydenberg em coletiva nesta quinta-feira.