Um dos assuntos mais comentados no Twitter
nesta segunda-feira (14) é a hashtag #TwitterCensura. Nela, diversos usuários, sobretudo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
, reclamam que suas contas tiveram uma diminuição no número de seguidores e acusam a rede social
de censura
.
Isto, porém, não é verdade. O que aconteceu foi uma espécie de limpeza de contas falsas que o Twitter realiza regularmente. À reportagem, a rede social confirmou que "regularmente solicita que contas com comportamentos suspeitos em todo o mundo confirmem detalhes como senha ou número de celular, comprovando que existe uma pessoa por trás delas", a fim de "proteger a integridade e a legitimidade de conversas" no Twitter.
Esses comportamentos suspeitos podem ser "atividades em massa, agressivas ou enganosas que induzem os outros ao erro e/ou prejudicam sua experiência", como envio de spam, engajamento não autêntico ou atividade coordenada.
Se uma conta tuíta um volume muito grande de respostas ou menções a contas que não a seguem, por exemplo, isso pode ser considerado um comportamento suspeito. Outros exemplos são a publicação de links enganosos ou o bloqueio por parte de outros usuários após eles terem sido mencionados por essa conta.
Se um usuário passa a ter esse tipo de comportamento suspeito, o Twitter faz uma checagem antes de desabilitar a conta por completo. De acordo com a plataforma, até que essa etapa de confirmação seja cumprida, as contas ficam desabilitadas temporariamente , "com funcionalidades limitadas, e deixam de entrar no cálculo para contagem de seguidores". Ou seja, se as contas forem, de fato, de pessoas que cumprirem a etapa de confirmação, elas voltam à funcionalidade e à contagem de seguidores nos perfis que acompanha.
Essas contas são de robôs?
Um comportamento suspeito não necessariamente significa que uma conta no Twitter é um robô , ou seja, é comandada por um software. "Na maioria dos casos, essas contas foram criadas por pessoas reais, mas não conseguimos confirmar que as pessoas que as abriram continuam acessando-as e controlando-as", escreveu Vijaya Gadde, líder jurídica, de política, confiança e segurança do Twitter, em uma publicação no blog da rede social em 2018.
Na ocasião, o Twitter anunciou que passaria a não contabilizar como seguidores contas que passavam por esse processo de checagem. "Entendemos que isso pode ser difícil para alguns usuários, mas acreditamos que acuracidade e transparência fazem do Twitter uma plataforma mais confiável para servir à conversa pública", escreveu ela.