O governo da Índia
obteve uma vitória na queda de braço com o Twitter
nesta segunda-feira (7): a rede social
obedeceu a um recurso legal despachado no final de semana e bloqueou quatro contas críticas à gestão de Narendra Modhi
. Os usuários banidos protestaram contra a reforma agrária e fizeram inúmeras críticas ao primeiro-ministro, que comanda o país há 7 anos.
Um assessor de imprensa do Twitter disse ao TechCrunch que, ao receber um pedido legal, a empresa avalia se tem cabimento segui-lo, obedecendo a legislação local.
"Se um conteúdo viola as Regras do Twitter, ele será removido da rede. Se ele for determinado como ilegal de acordo com a jurisdição indiana em particular, mas não violar as Regras do Twitter, nós vamos restringir seu acesso somente na Índia. Em todos os casos, nós notificamos o usuário diretamente para que ele saiba que nós recebemos uma notificação legal contra a conta."
A suspensão atingiu dois artistas famosos de hip-hop indianos: L-Fresh the Lion e JazzyB, cujas contas podem ser acessadas fora da Índia.
"Eu sempre apoiarei os direitos do meu povo" -@jazzyb
"Sempre ficarei feliz de bancar aquilo que eu acredito. Em boa companhia com @jazzyb" -@LFRESHTHELION
Índia quer mais controle de redes como Facebook e Twitter
A relação tensa entre a Índia e big techs americanas como Facebook e Twitter é resultado de inúmeras medidas legais de autoridades para ter mais controle sobre as redes sociais . De um lado, o governo busca banir contas críticas e maior controle do conteúdo; do outro, as plataformas alegam que a nova legislação de TI fere a liberdade de expressão.
Apesar das reclamações, Google e Facebook já cederam às novas regras do governo indiano. Mas o Twitter não tinha dado sinais de cumprir com a lei até esse final de semana. A nova regra, aprovada em fevereiro, implica que qualquer conta ou post pode ser banida via ordem judicial.
No último mês, a polícia de Delhi foi até os escritórios do Twitter após a classificação de um tweet do porta-voz do BJP, partido de Modhi, como “mídia manipulada”. A investigação quer descobrir quais os motivos da plataforma por trás da classificação da post, que acusa o Congresso de dificultar o combate do primeiro-ministro à pandemia. A big tech chamou a invasão da polícia de “ato de intimidação” .