O Facebook sabe o quão prejudicial o Instagram pode ser para adolescentes, mas se recusa a divulgar isso publicamente. De acordo com documentos obtidos pelo jornal The Wall Street Journal, a rede social chegou a conduzir pesquisas sobre o tema.
O relatório mostra como o Instagram e seu mecanismo de comparação social afetam a saúde mental dos usuários, sobretudo os adolescentes. "Tornamos os problemas de imagem corporal piores para uma em cada três meninas adolescentes", diz um dos slides da apresentação mostrada internamente no Facebook.
Confira alguns dos destaques da pesquisa que circulou internamente no Facebook e foi obtida pelo jornal norte-americano:
- Um estudo com adolescentes dos Estados Unidos e do Reino Unido concluiu que mais de 40% dos que relataram se sentir "pouco atraentes" começaram a notar isso após usar o Instagram;
- Pesquisa mostrou, ainda, que o Instagram foi projetado para uma maior "comparação social" do que os rivais TikTok e Snapchat, destacando corpos e estilos de vida;
- Os adolescentes relataram, no estudo, que se sentiam "viciados" no Instagram e gostariam de usá-lo menos, mas não conseguiam;
- "Os adolescentes culpam o Instagram pelo aumento da taxa de ansiedade e depressão", disse uma pesquisa interna do Facebook de 2019, que acrescentou que "essa reação foi espontânea e consistente em todos os grupos";
- 13% dos usuários do Reino Unido e 6% dos usuários dos EUA que têm pensamentos suicidas disseram que esses impulsos estão relacionados ao Instagram.
Apesar de circular essas informações internamente, o Facebook não as trouxe a público e costuma desviar do tema. Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, chegou a ser questionado no Senado dos EUA sobre o impacto do Instagram em adolescentes e deu respostas vagas.